A Ilha de Santa Catarina - onde está situada Florianópolis, capital do Estado de Santa Catarina - tem praias e recantos muito bonitos, a despeito da verdadeira 'invasão' que ocorreu nos últimos anos; muitas pessoas para lá migraram em busca do sonho de viver na Ilha da Magia.
Sendo uma ilha, também alimenta os sonhos dos remadores: que tal uma tentativa de circunavegação?
Foi sonhando com essa ideia que começamos a sondar possiveis interessados, que no final das contas foram Trieste e Maria Helena, de Porto Alegre, Álvaro, de Brusque, Márcio, de Osório, e Tiane e eu.
[Legenda sobre imagem do Google Earth]
A organização ficou dividida entre Trieste e Álvaro, que acabou por não participar. A ideia geral seria sair do Sul da ilha e seguir para o Norte primeiramente pela região mais abrigada, ou seja, entre a ilha e o continente. Nessa parte Maria Helena e Tiane remariam. Chegando no Norte, em Ponta das Canas, elas passariam a nos encontrar nos pontos de parada, pois a partir dali remaríamos em condições que poderiam ficar mais adversas, levando em consideração a exposição da costa ao mar aberto. Todo o trajeto seria feito em sete dias. Essa era a ideia...
[Roteiros diários sobre imagem do Google Earth]
Trieste e Maria Helena já estavam em Florianópolis quando Tiane e eu saímos rumo ao estado vizinho; Marcio nos encontraria somente no quarto dia de remada. Saímos de Porto Alegre e passamos em Rondinha, onde deixaríamos o Tombinho aos cuidados "do vô e da vó".
[Fotos da Tiane]
Coitado do Tombinho, ficou com aquela expressão
"Ei, não estão me esquecendo? Olha eu aqui!"
De Rondinha seguimos pela BR 101 até Florianópolis sabendo no caminho que o carro da Maria Helena e do Trieste estava com problemas, portanto mudaríamos nosso ponto de encontro.
[Foto da Tiane]
Bem vindos à Ilha da Magia!...
Na concepção original, Trieste e Maria Helena deixariam seu caiaque duplo e as tralhas de remada e acampamento no ponto de saída, no Sul da ilha, e nós nos encontraríamos então em Ponta das Canas, onde ficaria o carro deles. No dia seguinte, o da partida, iríamos todos para o Sul da ilha e a Spacefox ficaria lá. Assim as mulheres já teriam o carro à sua espera quando terminassem a remada delas em Ponta das Canas.
Com o problema no carro, no entanto, esses planos tiveram que ser modificados e ficamos com um clima de grande incerteza no ar. Entre idas e vindas ao mecânico, no final do dia conseguimos levar os três caiaques (o duplo, o da Tiane e o meu) de Spacefox até o Sul da ilha e o carro do Trieste acabou rodando, entre trancos e barrancos, até Ponta das Canas.
No dia marcado, rodamos até o local de saída, conhecido por Costeira do Ribeirão. Dia espetacular, com tempo bom, sem vento e com águas calmas. Arrumamos os caiaques e tralhas na beira de uma bela praia.
Arrumando as tralhas
Prontos para remar!
Primeiras remadas
Um dia espetacular
Remando para o Norte, olhando para a esquerda, ao longe, era possível observar a grandiosa Serra do Tabuleiro; para a direita, as grandes elevações da Ilha de Santa Catarina; para a frente, bem ao longe, a região de Estreito, estrangulamento do mar entre as baías Sul, onde estávamos, e Norte, onde remaríamos no dia seguinte. Entre as duas baías, as pontes, só visíveis pelo potente zoom da máquina fotográfica.
Olhando para a frente...
...bem ao longe...
...nosso destino do dia.
Rolamento para refrescar!
Chegando em Ribeirão da Ilha, desembarcamos na praia bem ao lado do restaurante Ostradamus, com suas paredes majestosamente pintadas com motivos náuticos e marinhos. O casario colorido também é digno de nota e essa região será merecedora de uma visita posteriormente. Quem sabe, de bicicleta?
Ribeirão da Ilha
Casario colorido
Uma linda pintura
Depois dessa bela parada, continuamos a remada. Passamos ao largo da Baía do Ribeirão em direção à ilha Maria Francisca, deixando-a pela direita. Logo em seguida chegamos à pequena e bela Ilha das Laranjeiras, onde ficamos algum tempo apreciando a água e as pedras. Enquanto Maria Helena, Trieste e Tiane seguiam para nossa próxima parada - uma bela sombra na Ilha de Santa Catarina -, decidi dar a volta na ilha.
Ponta Norte da ilha Maria Francisca
Ilha das Laranjeiras
Volta na Ilha das Laranjeiras
É bonito esse remo!!!
Uma bela rocha erodida na ponta Caiacangamirim
Praia no mangue
Conchas!
Praia de mangue nas proximidades do aeroporto
Que banho bom!
Acerca de pressa, tenho acompanhado relatos de travessias na internet. A mim alguns chamam a atenção, porque geralmente os trajetos são meras etapas a cumprir, parecendo que é mais importante a distância percorrida do que a interação com o ambiente. Parece que remar entre A e B em um tempo X é o que mais tem valor. Mas será que o relevante foi somente água que passou pela quilha ou foi realmente a beleza do lugar, suas peculiaridades, seus encantos, suas dificuldades, seus ocupantes, que deixaram marcas indeléveis no navegante que por ali passou? Todo o trajeto que fizemos em quase três dias de remada recentemente foi percorrido por um remador em apenas algumas horas. São propostas completamente diferentes, é claro, mais ou menos como percorrer um trajeto de automóvel ou percorrê-lo de bicicleta. De automóvel é rápido, fácil, confortável. Mas os cheiros, as cores, os detalhes do caminho perdem-se na velocidade do deslocamento.
Nossa frota
Atravessando o Saco dos Limões
Rumo à ponta José Mendes
Desembarcamos, observamos as pedras - e uma delas parecia, segundo o Trieste, uma cebola descascada - e caminhamos pela pequena ilha, "descobrindo" uma ruína interessante. Não a ruína em si, mas a interação da ruína com a vegetação.
Da ilha também foi possível visualizar a ponte Hercílio Luz, cartão postal e nosso objetivo para o primeiro dia de remada.
Aterragem na Ilha das Vinhas
"Parece uma cebola descascada..."
Ruínas
Bloco da parede suspenso pela árvore
Prontos para zarpar
Volta na Ilha das Vinhas
Durante a parada algum vento já havia aparecido e a água começava a se agitar. Quanto mais perto do estreito, mais agitação.
Passagem agitada pelo estreito
"O Forte de Sant'Ana do Estreito, ou simplesmente Forte de Santana, localiza-se na cidade de Florianópolis, estado de Santa Catarina, no Brasil.
Em posição dominante na altura do estreito entre a Ilha de Santa Catarina e o continente, destinava-se à defesa do antigo ancoradouro de Vila Nossa Senhora do Desterro (hoje cidade de Florianópolis)."
Mais informações: http://pt.wikipedia.org/wiki/Forte_de_Santana_do_Estreito
Nos Bombeiros Trieste tratou de se apresentar. Estávamos ansiosos para saber como seríamos recebidos, pois em princípio o amigo Álvaro havia contactado a corporação por intermédio de um parente, mas não sabíamos se o contato fora frutífero. Fomos muito bem recebidos, o local nos foi mostrado, foi possível acampar e inclusive utilizar as instalações; é necessário registrar o agradecimento ao Álvaro e aos próprios bombeiros da guarnição: muito obrigado!
Montando acampamento
Nosso acampamento
Acampamento
Cervejinha no Mercado Público
Sorvete!!!
Ponte Hercílio Luz, cartão postal de Florianópolis.
Informações disponibilizadas pelo gps:
Distância remada no dia: 23,77 km;
Tempo remado: 4 h 8 min;
Velocidade média: 5,7 km/h;
Velocidade máxima: 9,6 km/h;
Tempo parado: 2 h;
Velocidade média geral: 3,9 km/h.
[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]
[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]