Sunday, August 02, 2009

Mais remadas de Inverno: rio Caí e Delta do Jacuí

Meu amigo Germano contemplando a paisagem...
No dia 27 de junho participei de uma descida de rio em caiaque proposta pelos novos amigos do grupo EXA (por favor veja link ao lado). Começaríamos colocando os caiaques na água debaixo da ponte da rodovia Tabaí-Canoas (parte superior do trajeto realçado na imagem acima) e percorreríamos parte do rio Caí, que desemboca no Delta do Jacuí, remando até as proximidades da ponte móvel, mais conhecida por Ponte do Guaíba.
Para transportar o caiaque e suas tralhas contei com a ajuda da Tiane, que se dispôs a levantar na madrugada fria para me acompanhar até a ponte da Tabaí-Canoas, retornando com a Parati até Porto Alegre e posteriormente até o Clube de Regatas Almirante Barroso, ponto final da remada. O encontro dos canoístas foi marcado para ocorrer às sete horas da manhã no Clube de Regatas Almirante Barroso. A partir dali seguimos em comboio até o local da partida.

(Foto: Tiane)

Chegando à ponte da rodovia Tabaí-Canoas, tratamos de encontrar local para transportar os caiaques até a água. A Parati estava com bateria fraca, de modo que precisei mantê-la com o motor ligado.

(Fotos acima e abaixo: Tiane)
Cachorros observando a movimentação incomum
(Foto: Tiane)
Descemos a barranca do rio com os caiaques e equipamentos. Germano estava um pouco preocupado com seu desempenho em relação aos demais, pois estava havia muito tempo sem remar, de maneira que começou a remar antes de todos. Meus três companheiros restantes já estavam prontos para sair e Gérson fazia pressão para que eu apurasse. Não gostei muito dessa atitude, pois não havíamos marcado horário para a saída, mas achei melhor não responder, afinal de contas estava participando do passeio por ter sido convidado pelos novos amigos remadores do grupo EXA.
(Foto: Tiane)
Por volta das oito e vinte da manhã começamos a remar pelo rio Caí.
"Com uma área de aproximadamente 5.027 km², a bacia hidrográfica do rio Caí equivale a 1,79% da área do estado do Rio Grande do Sul. Localiza-se ao norte da capital, Porto Alegre, entre a depressão central e o planalto brasileiro. Sua bacia, com uma extensão de 285 km, é composta de 41 municípios e de uma população total de cerca de 383.929 habitantes, dos quais 25 % habitam a área rural e 75% a área urbana.

A agricultura
destaca-se como a principal atividade econômica da região, embora a indústria e o comércio sejam as atividades geradoras de mais divisas. Caxias do Sul, localizada no divisor de águas entre as bacias dos rios Caí e Taquari-Antas, destaca-se como o maior centro urbano, sem esquecer Feliz, Montenegro e São Sebastião do Caí, localizadas às margens do rio principal.
A bacia hidrográfica do rio Caí engloba municípios com atividade industrial bastante desenvolvida, entre os quais destacam-se Farroupilha e Caxias do Sul, localizados na Serra, com indústrias reconhecidas como de alto potencial poluidor, principalmente do ramo de metalurgia e metal-mecânica. Entre as indústrias de maior potencial poluidor hídrico na região plana da bacia, notadamente na sub-bacia do arroio Cadeia, destacam-se os curtumes.
Pode-se dividir o rio Caí em três trechos com características distintas:

Curso Superior: das nascentes até a foz
do rio Piaí, trata-se do trecho com maior declividade (entre 0,15 e 3,5 %), na região nordeste da bacia - região de planalto e encosta de planalto. O leito do rio Caí é aí reduzido a uma calha estreita, com margens íngremes. Os afluentes têm suas nascentes em cotas que podem ultrapassar 800 m, ocorrendo formação de cataratas;
Curso Médio: da foz do rio Piaí até São Sebastião do Caí. Essa é a zona central e nordeste da bacia, havendo alternância de trechos com corredeiras e trechos com escoamento lento;
Curso Inferior: de São Sebastião do Caí até a foz. Essa é a parte mais plana do rio e da bacia, onde o rio apresenta maior vazão mas, como percorre área plana, adquire menor velocidade, podendo haver refluxo principalmente em épocas de estiagem."
(Fonte: Wikipedia)
Rio Caí, cujo nome deriva do tupi-guarani caa (mata) + í (rio)
Ponte ferroviária

Já durante a remada combinamos que faríamos a primeira parada nas proximidades da ponte ferroviária. Assim que cheguei à ponte tratei de encontrar um local que permitisse o desembarque e aproveitei o tempo para fotografar.
Primeira parte do trajeto
Local da primeira parada, nas proximidades do Polo Petroquímico de Triunfo.
Gérson chegando
Enquanto aguardava a chegada de meus companheiros de remada, descobri dois simpáticos cachorros que provavelmente moravam nas proximidades.
Desembarcando
Germano chegando

Na breve parada fizemos um lanche para espantar o frio
Após a breve parada na ponte voltamos a remar. As águas, que estavam calmas por estarmos até então protegidos do vento, começaram a encrespar, formando pequenas ondas. Germano continuava no seu ritmo, sentindo um pouco de cansaço por estar muito tempo sem remar. Percebi que os demais companheiros começavam a ficar um pouco preocupados, até que Gérson sugeriu que eu - por estar em um caiaque oceânico e até então ter apresentado um bom desempenho no remo - rebocasse Germano até o próximo ponto de parada, próximo à foz do rio Caí. Surgiu um impasse, pois eu acreditava que Germano conseguiria remar sem auxílio, embora em ritmo mais lento ao que estávamos imprimindo. Até então eu não sabia que os companheiros do grupo EXA tinham horário determinado para chegar ao Clube de Regatas Almirante Barroso. Eu havia perguntado anteriormente por e-mail se havia alguma expectativa de tempo de remada para a empreitada, mas não havia ficado claro para mim que existiam horários determinados de saída e chegada. Como se tratava de um passeio - ao menos era o que eu pensava -, não precisaríamos nos apressar, pois tínhamos o dia inteiro à disposição. Como eu não me manifestei imediatamente favorável ao reboque do companheiro Germano, Gérson escalou um colega da EXA (não sei o seu nome, creio que era Marcos) para essa tarefa.
O ritmo continuou um tanto acelerado, em minha opinião, e não sei realmente se a ideia do reboque foi boa. Germano não se sentiria à vontade para simplesmente se deixar puxar pelo canoísta, então certamente se esforçou para acompanhá-lo, o que gerou mais fadiga. Quando chegamos ao ponto de parada, em Morretes, Germano optou por telefonar ao filho para que fosse buscá-lo de carro. Não tenho grande experiência em canoagem, mas acredito que, se diminuíssemos o ritmo, Germano teria condições de percorrer todo o trajeto proposto. Não se pode imputar culpa alguma a ninguém, não é esse o caso; tratavam-se apenas de objetivos diferentes: enquanto Germano e eu pretendíamos realizar um passeio, com o dia inteiro disponível para isso, Gérson, Fabiano e Marcos (não tenho certeza se os nomes estão corretos, pois ainda não conheço bem os novos amigos), encaravam o trajeto como um desafio a ser encarado em ritmo de treino, com horário para chegar - tanto é que nem levavam máquinas fotográficas como Germano e eu.
Chegando na praia, em Morretes, ao meio dia.
Acima, trajeto da ponte ferroviária até Morretes;
abaixo, detalhe.
A parada em Morretes foi gelada. O vento frio nos obrigou a procurar abrigo em um galpão onde funcionava um bar. Seu dono nos recebeu muito bem e nos contou que no verão a praia fica bastante movimentada, recebendo milhares de pessoas nos finais de semana de calor.
Quando remávamos na primeira parte do trajeto, em direção à ponte ferroviária, havíamos encontrado Gustavo e Alex Roxo, dois canoístas que haviam saído do Clube de Regatas Almirante Barroso ainda de madrugada para subirem o rio remando até a ponte de onde havíamos saído. Durante a parada em Morretes havia a expectativa de que eles nos alcançassem, e realmente pudemos observar dois canoístas que se aproximavam, rio acima. Germano havia desistido de terminar o trajeto. Gérson, Fabiano e Marcos estavam com pressa, de maneira que optaram por não continuar esperando Gustavo e Roxo. Como eu não tinha pressa, fiquei aguardando com Germano enquanto seu filho vinha de carro buscá-lo. Depois seguiria com Gustavo e Roxo.
Caiaque do Gustavo e Roxo chegando...
Enquanto Gustavo e Roxo descansavam e tratavam de se alimentar, aproveitei para fotografar um pouco. O vento enregelava até os ossos!
Quando Gustavo e Roxo haviam descansado e se alimentado voltamos a remar, procurando sempre a margem mais protegida do vento. Na foz do rio, onde o Caí se encontra com o Jacuí, optamos por atravessá-lo, de modo a seguirmos pela margem direita.
Encontrando um navio logo após a travessia do Jacuí
Logo após a travessia encontramos André Agustoni e Sid, que haviam saído do GPA (clube de remo Guaíba-Porto Alegre) após a realização de uma regata de barcos a remo. André remava em um belo caiaque oceânico amarelo e Sid remava em um caiaque de velocidade e alto volume para descida de rios de águas brancas (águas brancas devido à espuma formada pela água revolta das corredeiras).
Da direita para a esquerda, Gustavo, André Agustoni, Sid e Alex Roxo.
Lá ao longe o nosso destino
Na imagem acima, parte final do trajeto, pelas ilhas do Delta do Jacuí;
abaixo, passagem ao lado da Ilha do Oliveira (também conhecida por Ilha do GPA)
até o Clube de Regatas Almirante Barroso.
Embora remássemos em local mais exposto, o vento gelado havia dado uma trégua. Chegamos ao trapiche do clube, onde Tiane nos aguardava com chimarrão. Gustavo e Alex Roxo haviam remado aproximadamente 66 quilômetros, após sair de madrugada e subir o rio. Eu, que já estava um pouco cansado após remar apenas metade disso, imaginava quão cansados eles estariam...
André Agustoni e seu belo caiaque oceânico amarelo
Sid, Alex Roxo e Tiane, distribuindo o chimarrão.
Sid e Alex Roxo
Na imagem de satélite, os clubes de remo e a ponte móvel.
Tiane ficou várias horas enfrentando o vento gelado para nos esperar... obrigado!!!
Com cara de cansado ao final da jornada...
Gostaria de agradecer ao convite e a todos os que participaram dessa jornada: Germano e seu filho (apoio de carro), Padaratz (louco para começar a remar, auxiliou, de carro, no transporte dos caiaque para a ponte), Gérson, Marcos e Fabiano (do grupo EXA), Gustavo e Alex Roxo (que remaram os 66 quilômetros de ida e volta), André Agustoni e Sid (ambos remaram após a realização da regata e Sid também auxiliou no transporte dos caiaques de carro) e Tiane (transporte do caiaque na ida e na volta e o espetacular chimarrão na chegada).
Da ponte da rodovia Tabaí-Canoas até a primeira parada, na ponte ferroviária, foram percorridos aproximadamente 11 quilômetros. Da primeira à segunda parada, na praia em Morretes, foram mais nove quilômetros e meio, totalizando pouco mais de vinte quilômetros. A terceira etapa, de Morretes ao Clube de Regatas Almirante Barroso, incluiu por volta de 13 quilômetros ao trajeto total, estimado em 33 quilômetros.
A título de curiosidade, incluo os seguintes dados:
Registros do frequencímetro Timex:

Tempo total, incluindo paradas: 7 h 22 min 04 s;
Tempo dentro da zona-alvo de treinamento: 3 h 30 min 42 s;
Frequência cardíaca média: 126 bpm (batimentos por minuto);
Frequência cardíaca máxima: 179 bpm;
Frequência cardíaca mínima: 30 bpm;
Consumo calórico estimado: 6005 kcal.
Observação: imagens de satélite obtidas através do Google Earth.

1 comment:

Tiane said...

Sempre às ordens!Foi um prazer, um pouco gelado, mas um prazer!rsrsrs Bjinho!