Roca Sales - local da saída
A remada pelo rio Taquari entre Roca Sales e Bom Retiro do Sul foi resultado de mais uma bela sugestão da Maria Helena e do Trieste, quando nosso grupo de remadores ponderava acerca das opções de remadas para junho. A seca que assolou o estado nos últimos tempos deixou-nos com dúvidas sobre que trajeto escolheríamos para percorrer e a disposição e boa vontade do casal foram indispensáveis para o êxito da empreitada, pois inclusive viajaram para a região em duas ocasiões antes da remada.
Ironicamente, nos dias que antecederam a remada estávamos apreensivos com a previsão do tempo, que não era das mais animadoras. Unanimemente, todos os sites pesquisados previam chuva para o final de semana escolhido...
No local da saída, em Roca Sales, o amanhecer parecia promissor, a água absolutamente parada pela ausência de vento refletia apenas algumas nuvens encobrindo o céu azul.
Igreja de Roca Sales
Enquanto se desenrolava a logística de transporte, que contou com o valoroso auxílio do pai da Tiane - muito obrigado!!! -, a quantidade de nuvens foi aumentando...
Quase prontos para remar
[Foto de Maria Helena Gravina]
Começando a remada!!!
A igreja vista do rio
Maria Helena e Trieste, André Agustoni, Jair Romagnoli, Leonardo Maciel, Tiane e eu começamos a remar tarde, já após as dez horas da manhã. No primeiro quilômetro de descida, antes ainda de passarmos sob a ponte de acesso a Roca Sales, descemos a primeira pequena corredeira, uma das várias pelas quais passaríamos ao longo do dia:
Apesar da apreensão por parte dos menos acostumados, que temiam passar por ali com caiaques oceânicos lotados de tralhas, foi uma descida rápida e simples. A partir da ponte passamos a remar por um trecho longo de águas calmas.
Tiane
Tiane
Leonardo Maciel
Água espelhada
Passamos por mais três pequenas corredeiras intercaladas entre trechos de águas calmas. Na última delas apenas Trieste e eu resolvemos descer remando, ele pela esquerda, sozinho no caiaque duplo, e eu pelo meio do rio, enquanto os demais companheiros de remada optaram pelo transporte terrestre dos caiaques.
Um pouco adiante, paramos para almoçar em uma praia de seixos.
Parada
Colinas ao longe
Após o almoço, descemos mais duas pequenas corredeiras antes de passarmos pela pequena cidade de Colinas, na margem esquerda do rio Taquari.
Apesar do nome Taquari - rio das taquaras -, não encontramos taquareiras nas suas margens.
Bem em frente a Colinas passamos por mais uma corredeirinha.
O tempo foi fechando...
O tempo foi fechando e enxergávamos a cortina de chuva se aproximando, até que finalmente nos alcançou.
A chuva nos alcançou
Em um trecho de rio em que havia uma curva para a esquerda, optei por passar onde havia mais água, bem pela direita, enquanto os demais parceiros de remada resolveram passar pelo centro, onde a água parecia mais calma...
Encalhados!!!
A última corredeirinha
A última corredeirinha do dia - e de toda a nossa remada, como saberíamos no dia seguinte - foi a mais problemática, talvez por já estarmos remando sob chuva e no final do dia. Em vez de simplesmente passar por onde havia mais água e mais correnteza, muitos resolveram descer dos caiaques e arrastá-los sobre o cascalho, o que complicou um pouco as coisas. Talvez tenha sido um pouco de precipitação, temor pelo desconhecido, excesso de zelo para não danificar os caiaques, cansaço provocado pelo desgaste de um dia de remada - ou talvez um pouco de todos os fatores.
Logo depois da corredeira, como a chuva estava aumentando (junto com o dia...), optou-se por acampar em um local comumente utilizado por pescadores. Algumas canoas estavam amarradas na margem e havia inclusive um abrigo com telhado e uma churrasqueira improvisada.
Chegando no local de acampamento
Tiane chegando
Tiane estava bastante desgastada - talvez mais emocionalmente do que fisicamente, por conta da transposição da última corredeira - e, com a roupa molhada, já dava sinais de estar com frio. Tratamos de montar rapidamente a barraca, de modo que ela pudesse se abrigar e trocar de roupas. Enquanto isso, tratei de retirar as tralhas dos caiaques e levá-las ao acampamento, e fiz o mesmo com os caiaques.
Maria Helena e Trieste montando sua barraca
Com caiaques e tralhas organizados, tratei de também tirar a roupa molhada. Em pouco tempo apreciávamos um chocolate quente, massa e café com leite.
As tralhas molhadas foram colocadas em varais improvisados debaixo do telhado e Trieste conseguiu acender uma bela fogueira na churrasqueira. Animados pelo calor do fogo e pelo vinho, confraternizamos após mais um belo trecho remado.
Home, sweet home...
Informações disponibilizadas pelo gps:
Distância remada: 30,90 km;
Tempo remado: 5 h 4 min;
Velocidade média: 6,1 km/h;
Velocidade máxima: 16,7 km/h;
Tempo parado: 1 h 58 min 30 s;
Velocidade média geral: 4,4 km/h.
Manhã no acampamento
O dia seguinte amanheceu nublado, cinzento, mas sem chuva. O telhado e a fogueira cumpriram muito bem o seu papel e as tralhas estavam relativamente secas. Tomamos o café da manhã, desmontamos acampamento e, por volta das nove horas da manhã, começávamos a remar.
Início do segundo dia de remada
Dia cinzento
Em pouco tempo de remada chegávamos à foz do arroio Forqueta, avistando a ponte de ferro. A água estava absolutamente calma e o efeito de espelho era muito bonito.
Ponte de ferro do arroio Forqueta
Nesse segundo dia de remada descendo o rio Taquari nós não passamos por nenhuma corredeira e nem trechos com pouca profundidade (com risco de encalhe). As margens também foram se modificando e as praias de seixos da véspera deram lugar a margens com barrancos (alguns bem altos), paredões de pedra ou então cobertas por vegetação, dificultando tentativas de desembarque.
Barranco
Escultura natural
Maria Helena e Trieste
Tiane
André Agustoni
Formação rochosa
Embarcação atracada na margem
Captação de água
Ponte entre Estrela e Lajeado ao longe
Por volta das onze e meia da manhã passamos pela ponte de ligação entre Estrela e Lajeado (rodovia BR 386) e em seguida pelo porto de Estrela.
Encalhe
Naufrágio
Biguá
Meu amigo Rainer Scheinpflug, através de contato telefônico, sugeriu um local após o centro da cidade de Estrela para pararmos. Ficamos imaginando um local com um belo restaurante na beira do rio, com mesas e cadeiras sobre um deck de madeira bem próximo da água...
Centro de Estrela
O restaurante com mesas e deck de madeira não existia, mas paramos no local indicado assim mesmo. Era uma rampa de acesso ao rio, uma ligação entre a estrada de chão que passa ao lado de um parque e a água. Em pouco tempo aparecia o Rainer e seu irmão Udo com cervejas geladas, cuca e uma linguiça super especial de Novo Cabrais. Um verdadeiro banquete!!! Obrigado!
Parada para almoço
Quando passávamos por Estrela, algumas janelas de céu azul chegaram a aparecer por entre as nuvens, e mesmo alguns raios de sol chegaram para nos alegrar. Durante a parada para almoço, entretanto, as nuvens voltaram a se amontoar, "fechando o tempo".
Após a parada voltamos a remar, passando pela cidade de Cruzeiro do Sul e mais adiante pela localidade de Arroio do Ouro, no interior de Estrela.
Cruzeiro do Sul
Igreja de Arroio do Ouro, distrito no interior de Estrela.
De vez em quando escutávamos barulhos esquisitos e alguém perguntou se estava trovejando. Eu achava que poderiam ser caminhões descarregados passando por alguma estrada de chão batido... Alguém imaginou uma sequência de vários foguetes por causa de algum jogo de futebol ao longe...
Algum tempo depois, começaram os primeiros pingos, timidamente. A próxima trovoada não deixou qualquer dúvida, pois foi forte e longa... Era a chuva, que chegava para ficar!
Chuva chegando...
A chuva começou tímida, em alguns momentos parecia até que iria parar. Mas pouco a pouco foi aumentando, aumentando... A partir desse momento pouco se falou e muito se remou. Mesmo aqueles que, antes da remada, diziam que remariam com qualquer tempo, não pareciam estar muito à vontade com a chuva, que aumentava...
Remando na chuva
Iniciamos a última (e longa) curva para a esquerda. Depois dessa curva deveríamos avistar a eclusa. A curva terminou mas não avistamos nada, pois o rio não seguia em linha reta, mas assumia a forma de um longo "S" invertido. Foi somente quando faltava pouco mais de um quilômetro que Tiane fez festa, anunciando que estava enxergando a eclusa!
Quase chegando na eclusa
Ao chegarmos perto da eclusa, havia uma rampa de acesso para onde todos se dirigiram. Ninguém parecia com vontade de remar os últimos metros para ver a eclusa de perto; convidei a Tiane, mas ela estava com receio de se aproximar da comporta. Não havia espaço para desembarque simultâneo de todos os caiaques, então aproveitei para remar até a barragem, onde a água estava absolutamente tranquila:
Aproximação
Quase entrando na eclusa
Dentro da eclusa
Centro de controle
Fim de remada
Desta vez substituímos a já tradicional foto pelo "vídeo do uhúúú!!!" :)
Agradeço aos amigos remadores pela companhia em mais essa empreitada!!!
Informações disponibilizadas pelo gps:
Distância remada: 34,22 km;
Tempo remado: 5 h 44 min;
Velocidade média: 6,0 km/h;
Velocidade máxima: 9,3 km/h;
Tempo parado: 1 h 27 min 3 s;
Velocidade média geral: 4,8 km/h;
Distância total remada: 65,12 km.
[Trajetos e legendas sobre imagem do Google Earth]
Percursos realizados no primeiro (em amarelo) e no segundo (em vermelho) dias
[Trajetos e legendas sobre imagem do Google Earth]
Percurso do primeiro dia, de Roca Sales a Arroio do Meio
[Trajeto e legenda sobre imagem do Google Earth]
Roca Sales
[Trajeto e legenda sobre imagem do Google Earth]
Colinas
[Trajetos e legenda sobre imagem do Google Earth]
Acampamento em Arroio do Meio
[Trajetos e legendas sobre imagem do Google Earth]
Percurso do segundo dia, de Arroio do Meio a Bom Retiro do Sul
[Trajeto sobre imagem do Google Earth]
Lajeado
[Trajeto sobre imagem do Google Earth]
Estrela
[Trajeto e legenda sobre imagem do Google Earth]
Bom Retiro do Sul
[Trajeto e legenda sobre imagem do Google Earth]
Eclusa
5 comments:
Masssssss que baita remada!. Que belas fotos! Fiquei viajando nas fotos e nem li o texto mas, voltarei para ler com bastante demora. Naquela ponte em Roca Sales foi construída ao lado da antiga que a água derrubou e, no lugar, funcionava uma balsa para travessia de veículos. Passei algumas vezes nela e depois pela ponte nova. Da estrada se via o rio e suas curvas(claro que deve ser ainda) e depois das enchentes se via muito lixo pendurado nas árvores quando as águas baixavam. Vocês navegaram com o nível bem baixo. Parabéns a todos pela remada e mais Parabéns pela bela postagem. Abraços.
Uhhúúúúúú!!!!!!!!!!!!
Parabéns Leonardo, Tiane e demais remadores pela boa aventura! Bem legais as fotos também.
Abraço!!!!
Parabéns pela remada, be, legal!!!!
Linda remada, lendo o relato foi como se eu estivesse junto, foi uma pena nao poder participar, parabens aos remadores, enfrentaram a chuva e o frio com garra, belas fotos Leonardo.
Marcio
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