Saturday, February 01, 2014

Cachoeira do Sul a Rio Pardo de caiaque - segundo dia

Amanhecer no acampamento

O segundo dia da remada de Cachoeira do Sul a Rio Pardo começou com a bela luz do sol colorindo o acampamento no alto da barranca. O ar estava parado, sem vento, permitindo que a água refletisse o azul do céu sem nuvens e as margens do rio e a bruma do amanhecer permanecesse flutuando sobre a água.



Após o café da manhã, desmontamos acampamento, baixamos caiaques e tralhas para perto da água e guardamos tudo nos compartimentos. Coloquei a filmadora sobre o local costumeiro sobre o porta mapas, liguei o gps e aguardei Maciel se aprontar e lá fomos nós. Mais um trecho do rio Jacuí se descortinando em um belo dia de remada!


Começando a remada

Passamos por alguns trechos onde a água desbarrancara completamente a margem. Nem mesmo a vegetação de grande porte conseguia segurar a terra. Triste ver árvores frondosas fadadas a tão triste sina, terminar apodrecendo na água tão longe de sua velhice - ou mesmo tão distantes de sua plenitude vegetal...

Árvores condenadas


Em outros trechos as margens pareciam plenamente conservadas pela vegetação. Em vários momentos durante o dia era possível ouvir os bandos de bugios em grande algazarra mato adentro. Que bom ainda existir fauna nativa em algum lugar!


Sombra!

Ponta da ilha

[Legenda e trajeto sobre imagem do Google Earth]

Na ponta arenosa de uma ilha paramos para um breve descanso. Um belo local para acampamento em alguma futura remada. Na próxima vez passarei pelo outro lado da ilha, vendo a imagem de satélite parece que há um braço de rio interessante para conhecer.





Um pouco adiante remamos por uma grande seção reta, comentada na véspera pelo novo amigo Palito Cruz. Segundo ele, mais de cinco quilômetros de reta!

Reta



Árvore condenada

Próximo ao meio dia decidimos fugir do calor e encontramos uma parada na sombra para preparar a massinha de almoço. Quanto mais descemos o rio, menor foi ficando a correnteza, afinal estávamos descendo em direção a uma represa, portanto foi um refresco e uma pausa bem vindos no calorão que estava fazendo.

Parada para almoço na sombra



Bem ao longe...
...a balsa.


Após o almoço e um bom tempo de descanso na sombra, retornamos à água. Passamos por uma balsa em atividade antes de chegarmos à região da barragem e da eclusa.


Nessa região o rio está dividido em dois. Seguindo pelo curso natural, mais longo e sinuoso, existe uma barragem para manter elevado o nível da água e assim possibilitar a navegação rio acima. À esquerda, antes da barragem (descendo o rio), exite um canal que conduz à eclusa, onde o sistema de comportas funciona como um elevador aquático para as embarcações.
Inicialmente fomos conhecer a eclusa, remando até a comporta; depois deixamos os caiaques na margem e fomos a pé conhecer a obra. Não enxergamos ninguém.

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]

Barragem Dom Marco


Eclusa Dom Marco




Barragem e eclusa do Anel de Dom Marco - inauguradas em 22-02-1972


Depois da visita à eclusa, voltamos aos caiaques e remamos em direção à barragem, sempre com cautela na aproximação. Encostamos os caiaques na margem; embora íngreme, permitiria uma portagem, desde que retirássemos todas as tralhas dos caiaques.

Proximidades da barragem Dom Marco


Transportando tralhas e caiaques barranca acima



Portagem


Descida até o rio


Fizemos o transporte dos caiaques e tralhas em várias viagens de 300 metros, aproveitando a grande utilidade das sacolas.
A velocidade e o volume de água são impressionantes, gerando uma turbulência considerável. Existe uma escadaria para peixes subirem o rio que me surpreendeu pela violência das águas. Fiquei pensando se os peixes realmente conseguem vencer esse obstáculo...



Ao voltarmos para a água, aproveitei que estava um pouco adiantado em relação ao Maciel e fui remar um pouco na turbulência.

Voltando para a água










Depois da passagem pela barragem teríamos pouca distância a remar, pois pretendíamos acampar em uma bela praia que víamos na imagem de satélite que eu levava como mapa.


Passamos por águas calmas, onde vi uma lontra, barrancas bem altas e desprovidas de vegetação e chegamos ao local do acampamento.



Chegando ao local do acampamento

Montamos acampamento ao lado de algumas árvores, perto do rio. Um belo local para descanso depois de quarenta quilômetros remados em um dia ensolarado e bastante quente. Nem cheguei a colocar o sobreteto da barraca, indo dormir enxergando o céu estrelado.

Acampamento


Informações disponibilizadas pelo gps:

Distância remada: 40,03 km;
Tempo remado: 5 h 22 min;
Velocidade média: 7,4 km/h;
Velocidade máxima: 12,6 km/h;
Tempo parado: 4 h 39 min;
Velocidade média geral: 4,0 km/h;

Distância remada nos dois dias: 70,0 km.

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]
Percursos do primeiro e do segundo (amarelo) dias

1 comment:

Evânder Run-up "o atleta dos degraus do Brasil" 1º Especialista em corrida vertical do Brasil(desde o ano 2000) said...

Legal a remada, realmente só vendo mesmo se os peixes conseguem vencer a correnteza e os degraus. Que espetáculo o local do acampamento, boa jornada, abração!!!!!