Sunday, December 13, 2009

Coyhaique

Proximidades do Hostel Las Salamandras

Chochos

Entrada para Las Salamandras


Meus vizinhos de acampamento

Cada um com seu estilo...


Acampamento nos fundos do hostel

Diário de viagem:

11/12/09 - Guarulhos
Despedi-me de todos e passei pela inspeção de bagagem de mão, quando ouvi meu nome sendo chamado nos alto-falantes. Cheguei em cima da hora no avião (duas colunas com três poltronas cada), um Airbus A321. Segundo a aeromoça, havia umas oitenta pessoas a bordo e o avião tem capacidade para 220 passageiros. Pouco mais de 1/3 de ocupação. Sentei-me na poltrona 26A, do lado esquerdo e logo atrás de uma saída de emergência atrás da asa. Felizmente foi um voo sem grandes turbulências, apenas algumas vezes foi solicitado a todos que mantivessem os cintos afivelados. Como lanche foi servido um sanduíche de presunto e queijo e tomei suco de laranja. O tempo passou rápido e logo em seguida o comandante Walter anunciou os procedimentos para pouso em Guarulhos. Fui a um restaurante com comida por quilo onde comi capeletti ao alho e óleo, salmão com alcaparras, brócolis ao alho e óleo e algumas batatas fritas. Um espetáculo!

12/12/09 - Santiago de Chile
O local onde embarquei (em Guarulhos) foi o mesmo de quando viajei à França. Desta vez o avião estava lotado (fileiras de 2+3+2 poltronas). Sentei na poltrona da direita da coluna central. Ao meu lado o Henrique, um guri de 3 anos que não parava quieto um minuto! O voo atrasou alguns minutos e o tempo estava fechado, de maneira que mesmo se tivesse sentado na janela não conseguiria ver muita coisa. Houve um pouquinho de turbulência no caminho, mas nada muito forte. As poltronas possuíam telas de vídeo individuais. o serviço de bordo foi bom - tomei vinho chileno, suco de laranja, café com leite e comi salada (milho, alface e cenoura), pão com manteiga e frios (dois tipos de presunto, queijo), creme de queijo e uma espécie de torta salgada. Depois do serviço de bordo as aeromoças começaram a passar para vender produtos do catálogo da própria companhia aérea, com descontos bem bons (principalmente em perfumes). Acabei encontrando um leitor para cartões de máquina fotográfica por US$ 16 (mais barato do que o leitor que eu havia perdido em Belém Novo depois da caiacada com o Germano).
O avião voava a mais de 800 km/h e 11.000 metros de altitude e começou a baixar logo depois de passar por Mendoza. No aeroporto de Santiago de Chile a primeira providência foi passar pelo controle policial (uma espécie de Polícia Federal) onde o passaporte e a "tarjeta de turismo" foram carimbados. Em seguida aguardei a chegada da bagagem (sacola vermelha e malabike) na esteira e coloquei em um carrinho, passando pelo controle de bagagem. Perguntaram se eu tinha algum alimento e passaram a bagagem por raio-x e eu estava liberado, oficialmente havia entrado no Chile!
O aeroporto está em obras e penei para encontrar um elevador de serviço bem escondido e conseguir sair do primeiro para o terceiro piso. Troquei 300 dólares por pesos chilenos e fui dar uma volta no aeroporto. Quase todos os guichês estavam fechados, mas consegui a informação de que poderei despachar a bagagem a partir das quatro horas da manhã. Comprei uma garrafa de leite e agora (uma hora da manhã, horário local) estou sentado com as pernas para cima e sem as botas, atualizando o diário e organizando os documentos e dinheiro. Pouca gente no aeroporto, mas ao menos existem lojas abertas e guardas circulando. Agora é só esperar sete horas e meia!!!

13/12/09 - Coyhaique
A espera no aeroporto de Santiago foi bastante cansativa. Comprei e tomei um litro de leite. Encontrei um local para ficar descansando bem defronte a uma loja aberta e longe do barulho das obras do aeroporto. O sossego não durou muito, porém, porque duas senhoras muito falantes resolveram sentar bem do meu lado e não pararam de conversar um minuto! Ainda por cima falavam alto. Tive que procurar outro local e acabei ficando em um banco onde mais pessoas dormiam. Tirei novamente as botas e enrolei a alça da bolsa de guidom no braço. Consegui até cochilar alguns minutos. Lentamente o dia foi amanhecendo. Passei no banheiro para me lavar e levei a bagagem para despachá-la no balcao da LAN. Fui a uma cafeteria e tomei um café com leite para animar. Saí um pouco do aeroporto para ver a cidade e a cordilheira ao fundo, aproveitando para fotografar um pouco. Acessei a área de embarque e fiquei observando os preparativos no aviao - vi o carrinho onde estava a bicicleta dentro do malabike e imaginei que, pelo jeito que a bagagem é tratada, alguma coisa poderia chegar não muito inteira...
Entrei no avião, tomei o meu assento e durante o deslocamento para a cabeceira da pista vi coelhos com filhotes pulando ao lado da pista. Com alguns minutos de atraso o avião decolou para Balmaceda. Desta vez as colunas com três assentos de cada lado da aeronave estavam quase lotadas. Consegui ficar na janela do lado esquerdo e pude apreciar uma bela visão da Cordilheira dos Andes por quase todo o voo. Apenas nos últimos 30 minutos as nuvens encobriram a visão. Na aproximação para o pouso pude ter uma ideia da região de Balmaceda, onde há uma rápida transiçao da área montanhosa com neve no topo para a aridez da planície que se estende Argentina adentro até o Atlântico. Na descida pude ver grande extensão de campo e ovelhas pastando.
Balmaceda pareceu-me uma pequena vila nas proximidades da pista de pouso do aeroporto. Ao chegar, as pessoas que estavam no avião demonstraram pressa e inquietação para descer. Todas se acotovelavam em volta da esteira da bagagem e tive que sair do aeroporto para encontrar um carrinho de bagagem na área de embarque. Retirei meus dois volumes e fui até uma das várias vans que fazem o transporte dos passageiros entre Balmaceda e Coyhaique. Acertei o pagamento de 5.000 pesos chilenos para ser levado até o albergue Salamandras e ajudei a colocar a bagagem no rack em cima da van. Durante o trajeto pude ter uma ideia das subidas e descidas que enfrentarei. Enxerguei duas duplas de bicicleta viajando. A região toda é muito bonita, com montanhas nevadas em volta e muitos rio para cruzar. A cidade de Coyhaique é bem espalhada e não tem prédios altos. Muitas casas são de madeira.
Depois de deixar todos os outros passageiros a van seguiu para o albergue, distante pouco mais de 2 km da zona urbana. Larguei a bagagem e fui falar com o responsável, que mostrou as dependências do albergue e a pequena área de camping nos fundos. Logo chegaram os dois ciclistas (um alemão e um holandês) que eu havia visto na estrada e mais um casal de mochileiros (que também pareciam conversar em holandês). No albergue estavam um russo e uma tcheca (acho). O casal holandês já está viajando há seis meses, o russo e a tcheca haviam acabado de chegar e ficarão três semanas caminhando e andando com bicicletas dobráveis (que cabem em maletas que se transformam em reboques) e os dois ciclistas começaram a viajar em novembro, saindo de Ushuaia. Estão seguindo para o Norte. Combinamos um "asado" para a janta. Montei a bicicleta e o reboque e parece que nao há grandes problemas. O malabike não aguentou os abusos dos funcionários do aeroporto e, apesar das proteções que eu havia colocado com a ajuda do pai no reboque e na bicicleta, furou no fundo. Depois de montar acampamento e arrumar a bicicleta, segui pedalando até a cidade, onde comprei benzina para o fogareiro e fui à internet. Também comprei comida no supermercado. Na volta ao camping tomei banho e lavei a roupa suja. Voltei à cidade para comprar dois pedaços de carne, sal e cervejas para a janta com os ciclistas, que já preparavam o fogo.
A janta foi boa e ficamos conversando até mais de dez horas da noite. Não muito depois de deitar, ouvi pingos na barraca. Dormi "como uma pedra"...

O site dos vizinhos de camping que estao viajando de bicicleta é
http://www.gerbenno.com/

1 comment:

Evânder said...

Bem cansativa a viagem companheiro até ae...Mas acho que agora todo o esforço será recompensado, Coyhaique é linda! Abraço e boa viagem.