Sunday, July 04, 2010

Remada Belém Novo - Ponta do Salgado - Ilha Chico Manoel - Belém Novo

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]
O percurso da remada em um contexto amplo

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]
Trajeto realizado

Chegada em Belém Novo

Encontramo-nos em Belém Novo para iniciarmos uma remada em trajeto que atravessaria o rio Guaíba até a Ponta do Salgado. Quando eu sugerira esse trajeto, Germano havia me dito que o Padaratz também havia sugerido um trajeto muito parecido. Convidamo-lo, mas tanto Padaratz quanto Tiane não poderiam participar nesse dia, então fomos remar Germano e eu. 

Vista para o rio Guaíba em Belém Novo

O dia estava muito bonito e com condições ideais para uma travessia. A meteorologia também previa que as condições se manteriam boas ao longo do dia. Os raios de sol da manhã iluminavam a praça de Belém Novo e ao longe era possível avistar as Pedras de Belém Novo, também conhecidas por Pedras do Arado. Como há dois nomes para um conjunto distinto de ilhas, por conta própria passei a chamá-las assim: as ilhas mais próximas da Ponta do Arado Velho, ambas com vegetação, chamei de Pedras do Arado; o conjunto de pedras sem vegetação e um pouco mais distantes chamei de Pedras de Belém Novo - assim tenho oportunidade de utilizar os dois nomes e ao mesmo tempo consigo diferenciá-las!

Pedras de Belém Novo

O "casarão" de Belém Novo, um ponto de referência.

Ruínas em uma área nobre: descaso de uma cidade que não dá valor ao rio.

Procuramos um ponto com menos lixo acumulado na margem arenosa para entrarmos nos caiaques. As primeiras remadas foram perto de ruínas de uma construção que, apesar de estar em área nobre junto ao rio, está completamente depredada e pichada. Uma lástima!


Pedras do Arado (à esquerda) e Pedras de Belém Novo (à direita)

Sugeri ao Germano que passássemos na ida entre as Pedras do Arado e deixássemos as Pedras de Belém Novo para o retorno, assim seguimos diretamente para a Ponta do Arado Velho.

Bem ao longe, a inconfundível silhueta do Morro da Ponta Grossa; mais próxima, a Ponta da Cuíca.

Germano passando entre as Pedras do Arado

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]

Rumo à Ponta do Arado Velho

Pedras do Arado Velho

Após passarmos pelas Pedras do Arado Velho rumamos para o horizonte

Passamos rente à Ponta do Arado Velho como nenhuma outra embarcação a motor ou vela poderia passar. Quase no mesmo rumo cruzamos pelas Pedras do Arado Velho, quando então utilizei-me do gps para encontrar o rumo direto para a Ponta do Salgado, tão distante que não a enxergávamos. Para esse propósito o gps é uma ferramenta fascinante, porém sempre é bom lembrarmos que por algum motivo poderemos ficar sem esse instrumento, então a velha, simples e confiável bússola pode nos livrar de transtornos maiores e sempre deve estar à disposição como backup.
Como o clima estava favorável, a travessia transcorreu sem problemas. O canal de navegação rapidamente ficou para trás sem enxergarmos grandes embarcações.

Terra à vista!!! Ponta do Salgado!

Chegando na Ponta do Salgado

Não é belo esse rio Guaíba???





Germano chegando na Ponta do Salgado

Cheguei à Ponta do Salgado um pouco antes do Germano, de modo que pude fotografar sua remada de aproximação. A silhueta do remador contrastava com a luz do sol refletida pela água, estava muito bonito.


É belo esse Guaíba!!!



Após uma breve pausa continuamos a remada em direção ao Sul, passando pelo local onde em outra remada já havíamos parado para almoçar. A partir dali começamos a percorrer "águas nuca dantes navegadas" - por nós, é claro! O fato é que quanto mais para o Sul remávamos, mais nos afastávamos da última praia avistada e a fome começou a bater. Em certo momento tivemos que fazer meia volta e retornamos para a areia por onde havíamos passado.

Águas ainda mais calmas na proteção da Ponta do Salgado

Germano tomando chá da Dona Marisa

Parada para o almoço



Germano chegando

Cozinha instalada e refeição pronta!

Companhia

Chegando à praia, instalamos a cozinha e tratamos de providenciar um belo almoço. Germano preparou massa com molho especialmente preparado pela Dona Marisa - ele insistiu em dizer que não gostei do molho, mas não é verdade! Estava ótimo! Tivemos a companhia de um bem-te-vi curioso. Devia estar se perguntando o que era aquela estranha pedra que comíamos de sobremesa...

A famosa e deliciosa "cuca de concreto" da Tiane de sobremesa!!!

Ilha Chico Manoel bem na proa

Após o almoço e uma breve pausa para iniciar a digestão do banquete, novamente marquei um rumo direto para a travessia de retorno. Seguiríamos para a ilha Chico Manoel, atravessando mais uma vez o canal de navegação. A água estava ainda mais calma, proporcionando uma excelente remada.
Avistei um navio ao Norte, na direção da Ponta Grossa. Marquei o ângulo de sua posição e passei a acompanhar a evolução do deslocamento, uma vez que eu me aproximava do canal de navegação. Quando estudei para o exame de Arrais Amador, há muitos anos atrás, aprendi uma regra básica de navegação: quando duas embarcações se avistam e há marcações sucessivas com distância diminuindo, isso significa risco iminente de colisão. Uma vez que o navio teria prioridade por estar em condições de manobra restrita (teria que permanecer navegando pelo canal, sem desviar), eu teria duas opções: 1) aumentar a velocidade e tentar cruzar o canal antes da passagem do navio; ou 2) diminuir a velocidade e aguardar a passagem do navio. Tendo em mente que ao tentar aumentar a velocidade eu poderia me cansar no meio do caminho e considerando que dificilmente um navio imenso de muitas toneladas de deslocamento perceberia um minúsculo caiaque no seu caminho, optei por diminuir o ritmo e mesmo mudar o meu rumo, afinal de contas não tinha pressa nenhuma para chegar. Além disso, ficaria em uma posição favorável em relação à luz solar para filmar e fotografar a passagem da embarcação!

Navio nas proximidades

Navio se aproximando da ilha Chico Manoel
[Imagem capturada de vídeo]

Navio na proa
[Imagem capturada de vídeo]



[Trajeto sobre imagem do Google Earth]
Seguimos pela Ponta do Salgado em direção à Península da Faxina e retornamos para encontrar uma praia onde almoçar

[Trajeto sobre imagem do Google Earth]
Travessia de retorno e o desvio no encontro com o navio

O navio passou, mantive uma distância segura e retornei ao roteiro original de travessia para a Chico Manoel. Lá chegando, optei por não desembarcar na praia, que estava coberta por sujeira. Encontrei um local sob medida para encostar meu caiaque nas pedras logo ao lado.

Pequena praia (à esquerda) na ilha Chico Manoel

Pedras próximas à praia

O navio, seguindo para Itapuã.

Germano chegando



"Carranca de São Francisco" do Caiaqueveio

Aguardei a chegada do Germano, que optou por não descer nas pedras. Preferiu tomar um pouco de chá dentro do caiaque mesmo. Seguimos remando da Chico Manoel para a Ponta do Arado Velho e avistamos vários veleiros que avançavam vagarosamente pela ausência de vento. Alguns optavam pela navegação a motor.

Deixando a ilha Chico Manoel

[Trajeto sobre imagem do Google Earth]
Da Chico Manoel remamos para a Ponta do Arado Velho


Água espelhada


Pedras do Arado Velho na proa

Pedras do Arado Velho - bem ao longe, a Ponta Grossa.

Pedras do Arado Velho

Passamos por trechos de água espelhada e cruzamos pelas Pedras do Arado Velho e pela ponta de mesmo nome antes de modificarmos levemente o rumo em direção às Pedras de Belém Novo, que estavam espetacularmente belas à luz do entardecer.

Pedras de Belém Novo banhadas pela luz do entardecer

Final da tarde se aproximando

[Imagem capturada de vídeo]

De volta a Belém Novo

O Sol já se aproximava do horizonte, por isso não desembarquei nas pedras. Germano seguia na frente (pois estava sem cartão de memória na máquina fotográfica e não havia parado para fotografar), por isso tratei de remar para alcançá-lo e não deixá-lo esperando na hora de guardar os caiaques e retornar. Voltamos para o mesmo ponto onde havíamos entrado na água.


Encerrava-se assim mais um belo dia de remada onde tivemos a oportunidade de desfrutar do rio Guaíba. Infelizmente não remaram conosco o Padaratz e a Tiane, mas espero que em breve voltemos para repetir a travessia. Quando estávamos guardando os caiaques e as tralhas veio conversar conosco o Wilson, que disse também ter um caiaque com o qual rema pelas redondezas.

Final de mais uma bela jornada

Informações do gps:
Distância remada: 33,69 km;
Velocidade máxima: 10,6 km/h;
Tempo de remada: 5 h 18 min;
Velocidade média: 6,3 km/h.

Para ver fotografias e comentários do Germano, por favor visite o link para seu blog Caiaques & Tralhas ao lado.

5 comments:

kayaks e tralhas said...

Bela remada. O dia estava magnífico e, a água com ondinhas na ida e paradinha na volta. Para encerrar, um por do sol muito bonito. A lamentar somente a ausência da Tiane e os amigos que não puderam ir. E aquele molho de pimentão e cebola que a Marisa nos mandou?, E aquele basalto de chocolate e leite condensado que aparece no alto,hehehe... fizeram o meu caiaque voltar muito mais pesado, hehehe
Parabéns pelas belas fotos.

Jorge Luiz Padaratz said...

Leonardo, mais uma vez com excelentes fotos..
Parabéns aos caiaquistas pela bela remada.

Padaratz

guta said...

que legal, dá muita vontade de remar por aí!
nesse dia acho que vi vocês de caiaque passando não muito longe do veleiro onde estava.
abraço

Anonymous said...

Prezado Leonardo.
Sou músico, nascido em Belém Novo e faço vídeos musicais para o Youtube. Gostaria de usar algumas destas fotos nos próximos vídeos. Me permitirias utilizá-las, devidamente identificadas nos vídeos?
Abraços,
Francisco Koller.

Fernando J said...

Pessoal, recentemente descobri as belas tardes de sol que fazem no bairro Belem novo e pesquisando sobre na inet, encontrei esse blog. Gosto muito de remar, sempre quando vou a SC passo um tempo explorando algumas encostas e pontos de mergulho. Gostaria de saber, se puderem detalhar, qual o planejamento que vocês fizeram para uma remada como essa acontecer com segurança. Parabéns pelo blog bem detalhado com várias fotos.