Friday, January 28, 2011

Na chuva, remada de Osório a Tramandaí.


Ponto de encontro: Lagoa do Peixoto, em Osório. Por volta das sete horas da manhã de um sábado nublado e com chuviscos, Márcio, Otávio, Leonardo Maciel, Fabiano, Tiane e eu reunimo-nos para remar. Padaratz, que havia confirmado presença, não apareceu. Em meio a alguns pingos soprados pelo vento Nordeste arrumamos as tralhas nos caiaques e levamos os carros para uma garagem na cidade.

Início da remada na Lagoa do Peixoto

Começamos a remar por volta das oito e meia da manhã com uma leve garoa e paisagem encoberta por nuvens. A água estava surpreendentemente quente quando comparada à temperatura do ar. Depois de poucos metros remados pela Lagoa do Peixoto, entramos no canal rumo à Lagoa da Pinguela.

Canal de ligação entre a Lagoa do Peixoto e a Lagoa da Pinguela


Durante a remada pelo canal ficamos abrigados do vento, mas não da chuva, que chegava na forma de alguns pingos esparsos. Às vezes parecia que o céu estava clareando, mas pouco depois escurecia novamente. Raramente podíamos ver rasgos de céu azul por entre as nuvens baixas.
Na Lagoa da Pinguela remamos com um pouco mais de vento e ondulação bem pequena.

[Por favor clique no vídeo para iniciá-lo, selecionando entre 240p e 720p HD de acordo com sua velocidade de conexão à internet]
Remando na Lagoa da Pinguela

Um inusitado "espantalho aquático"...

Nuvens baixas

Fabiano e Leonardo Maciel

Otávio e Márcio


Paramos na ponta de areia em cujo prolongamento uma linha imaginária divide o corpo d´água: para o Oeste chama-se Lagoa da Pinguela e para o Leste, Lagoa do Palmital.




Após a parada, Leonardo Maciel, Fabiano, Márcio e Otávio decidiram seguir por um percurso mais direto e com menos ondas para o próximo canal, evitando contornar a margem Sul da Lagoa do Palmital, que ainda não conhecíamos. Tiane e eu optamos por acompanhar a linha da costa, pois seguindo pelo meio da lagoa remaríamos menos e não enxergaríamos nada, apenas água. Sempre gostei dessa região de encontro entre a água e a terra, pois ali a vida parece abundar e a diversidade de animais e plantas avistados faz a remada valer a pena. Afinal, não fomos até lá remar debaixo de chuva para treinar nem para simplesmente chegar logo ao objetivo, mas para aproveitar a remada.


[Trajetos e legendas sobre imagem do Google Earth]
Em vermelho, percurso remado por Tiane e eu; em pontilhado branco, trajeto estimado realizado por Leonardo Maciel, Fabiano, Márcio e Otávio.



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Remamos acompanhando a margem Sul da Lagoa do Palmital e observando inúmeras casas de grande porte com belos acessos para a lagoa. Algumas com rampas, outras com acesso por areia e várias inclusive com molhes de pedra formando canais de acesso para embarcações. As nuvens sopradas de Nordeste, bem baixas, traziam chuva e embelezavam a paisagem, modificada constante e rapidamente pelo vento.

[Imagem capturada de vídeo]
Remando entre os juncos para encontrar o canal na saída da Lagoa das Malvas

Saindo da Lagoa do Palmital e remando na Lagoa das Malvas, procuramos caminho por entre os juncos para chegarmos ao canal que conduz à Lagoa do Passo. Nesse canal reencontraríamos novamente nossos colegas de remada. Para encontrar o acesso no meio do labirinto de juncos contei com o auxílio do gps, onde havia marcado previamente um ponto para aproximação. Foi de grande utilidade essa estratégia, pois o ponto de vista do remador em relação ao ambiente que o cerca é extremamente baixo, dificultando a visualização do terreno ao seu redor. No meio de um "bosque" de juncos fica praticamente impossível enxergar um canal a cem metros de distância - ou menos, dependendo da concentração de juncos!
Encontramos o ponto do gps, o canal e os nossos amigos, que já haviam desembarcado em uma margem muito bonita e iniciavam o lanche - sem chuva!!!

Hora do lanche
Tarrã

Mais chuva a caminho...

Após o lanche voltamos a remar pelo canal rumo à Lagoa do Passo. Nuvens escuras começaram a se acumular nas redondezas, prenunciando o retorno da chuva. Nas margens do canal observávamos aves diversas e vacas que acompanhavam com atenção nossa movimentação.


Por aproximadamente um quilômetro remamos dentro da Lagoa do Passo mas sem nos darmos conta disso. O canal avança lagoa adentro e, por causa da vegetação, não percebemos que na realidade já estávamos cercados pela lagoa. Quando o canal terminou já avistávamos a ponte sob a qual passaríamos, de modo que o gps nem foi necessário para encontrar o caminho.

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]Canal que avança Lagoa do Passo adentro

Lagoa do Passo


Ponte da Estrada do Mar sobre o rio Tramandaí



Tiane e eu, que remávamos na frente, passamos pela ponte da Estrada do Mar e logo adiante paramos ao lado da ponte antiga da rodovia originalmente construída. Começou a chover quando Leonardo Maciel chegou. Algum tempo depois chegaram Márcio e Otávio no caiaque duplo e Fabiano no Eclipse.

E agora... o que fazer?...



Encostados na margem, ao lado de uma rampa, fizemos uma breve reunião para decidir o que fazer. Pelo programa originalmente proposto esse seria o local aproximado para acamparmos, continuando no dia seguinte até a Lagoa da Custódia, depois de Tramandaí. Como o local não se mostrou favorável para um acampamento e estava cedo, decidimos continuar a remada. Se encontrássemos um bom local poderíamos acampar mais adiante ou, quem sabe, seguir até Tramandaí.

Decidindo o que fazer
Chuva!!!

A chuva começou a aumentar e não dava nem mostras de que cessaria...


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Remamos bastante tempo debaixo de chuva e tivemos indesejáveis companhias: mutucas!!! Cada um tinha sua própria "nuvem" particular de mutucas, que acompanhavam os caiaques sem trégua. Misteriosamente, quando a chuva foi minguando, as mutucas sumiram...


Há uma bifurcação do rio pouco antes de Tramandaí. Seguindo pela direita o curso d´água é sinuoso e desemboca no meio da Lagoa de Tramandaí; seguindo pela esquerda, percorre-se um canal retilíneo em cuja margem há grandes casas (muitas com atracadouros particulares ou rampas de acesso) e que desemboca já nas proximidades da ponte entre Imbé e Tramandaí. Optamos por seguir pela esquerda, aportando em uma margem onde fizemos uma avaliação da remada. Nas fotos abaixo, uma amostra das casas e dos usuários do local - muitos dos quais não possuem a educação náutica necessária para conviverem com embarcações miúdas de propulsão humana...








Parada para avaliação









Durante a parada cogitou-se em montar acampamento por ali mesmo, mas a ideia acabou substituída pela opção de continuarmos até a ponte entre Imbé e Tramandaí - popularmente conhecida como "Ponte da Sardinha" - e terminarmos por ali a remada, deixando as lagoas mais ao Sul para uma próxima etapa. Creio que foi uma decisão acertada, pois o movimento de lanchas e jet skis no canal era intenso e provavelmente à noite teríamos barulho perturbador de festas nas casas vizinhas. Não seria propriamente um local aprazível para acampar e não podíamos deixar uma remada na chuva afetar nossa capacidade de julgamento. O campo verde de capim e a pausa da chuva, aliados ao cansaço provocado por mais de quarenta quilômetros remados, poderiam tendenciar nossa escolha pelo acampamento, mas a realidade da precariedade do local se fez presente. Decidimos continuar.
Quase chegando em Tramandaí



Remamos um pouco mais e logo enxergamos os prédios da selva urbana de Tramandaí. Dobrando a curva, apareceu a "ponte da sardinha" com seus pescadores portando caniços e se acotovelando para tentar a pesca. O cheiro e a cor de água poluída típicos de um centro urbano começaram a se fazer notar. Felizmente faltavam poucos metros para a margem aos pés da ponte.

"Ponte da sardinha" entre Imbé e Tramandaí

Fim de remada!

Apesar da precariedade sanitária do local onde aportamos, a remada foi muito bonita e especialmente interessante pela presença da chuva. Foi muito bom remar na presença de amigos e conhecer Leonardo Maciel, um novo parceiro de remadas. Obrigado Leonardo, Fabiano, Márcio, Otávio e Tiane pela parceria nesse dia chuvoso - mas bem aproveitado! Que venha a próxima!!!


Informações disponibilizadas pelo gps:

Distância remada: 45,22 km;
Tempo remado: 7 h 33 min;
Velocidade média: 6,0 km/h;
Velocidade máxima: 10,6 km/h;
Tempo parado: 2 h 6 min;
Velocidade média geral: 4,7 km/h.

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]

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