A remada para o Morro dos Macacos foi uma iniciativa do Clube de Canoagem Brothers Adventure, um grupo de canoístas de Torres, no Litoral Norte do Rio Grande do Sul. Através de nosso grupo de e-mails, divulgamos e combinamos os detalhes. Encontramo-nos em uma marina no rio Mampituba, divisa entre os estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Arrumando as tralhas e os caiaques
Não houve uma apresentação formal - considerando que nem todos se conheciam -, apenas fomos ajeitando as tralhas costumeiras nos caiaques e tratando de encontrar um espaço para chegarmos na água. Havia um degrau um pouco incômodo para transpor; na rampa, por onde seria normalmente o melhor acesso, havia entulho impossibilitando o uso. Com a colaboração de todos, conseguimos movimentar os caiaques já pesados com as tralhas até a água.
Filhinha acompanhando atentamente as atividades do Germano
Concentração na saída
Com todos na água, lá fomos nós subindo o rio. Logo após as primeiras remadas já nos dirigimos para a margem, evitando a correnteza contrária no meio do rio. Essa margem era tomada por uma densa e bonita vegetação formada principalmente por plantas aquáticas.
Subindo o rio Mampituba
Vegetação na margem
Muito bom ver o colorido de vários caiaques na água seguindo rio acima. Em determinado momento deixaríamos o curso do rio para um desvio à direita, remando por um canal paralelamente à rodovia BR101 em direção à Lagoa do Sombrio.
Pausa para descanso
Em nosso caminho encontramos algumas embarcações motorizadas de pesca e também abrigos de madeira nas margens construídos sobre palafitas.
Abrigos para pescadores sobre palafitas
Tiane e eu remávamos acompanhando o Germano, com quem não tínhamos contato há longo tempo. Germano estava remando com a Filhinha, sua cocker de estimação que, assim como nós, também estava sujeita ao calor do dia. Encontramos um espaço com sombra para uma breve pausa.
Pausa para acompanhar o descanso do Germano com a Filhinha
Ponte de acesso para a praia de Bellatorres
Chegando na Barrinha
Barrinha é o local onde chega-se à Lagoa do Sombrio; ali há um restaurante e, através da ponte de madeira, pode-se acessar o Morro dos Macacos.
Entrando na Lagoa do Sombrio
A Lagoa do Sombrio estava com águas bem calmas, quase espelhadas. Lá encontramos o Sidnei, que estava de passagem com a família. Ele havia perguntado previamente por telefone se um encontro seria possível, pois não teria disponibilidade para permanecer no acampamento. Sim, foi possível!!!
Encontro com o Sidnei
Sidnei estava com seu caiaque de grande volume especializado em velocidade em águas brancas, uma espécie de K1 para corredeiras. Desde as primeiras competições que eu acompanhava em Três Coroas, sempre tive a curiosidade mas nunca a oportunidade de remar em um desses!
Aproximando-nos do Morro dos Macacos, começamos a procurar local para desembarque e acampamento. Havia uma pequena praia com pedras e na imagem impressa do Google Earth que eu levava como mapa também aparecia, logo adiante, um trapiche. Fui dar uma olhada, mas o trapiche não se prestava para atracar com caiaques e em seus arredores só havia junco. Tratei então de retornar à prainha.
Chegando na praia do Morro dos Macacos
Após o desembarque constatamos que era uma bela área gramada, com mesas e bancos à sombra de árvores. Espetáculo!
Acampamento montado
Com o acampamento montado e tendo bastante tempo disponível, tratamos de fazer um lanche e conversar.
Filhinha
Tchê, mas parece uma meia-calça...! :)
Lagoa do Sombrio vista do acampamento
Também ficamos sabendo que os famosos macacos do Morro dos Macacos realmente existiam, e não estavam muito longe. Nas proximidades do acampamento havia uma estradinha que levava ao acesso por terra ao local, que na realidade tratava-se de uma reserva particular, como viemos a saber. Nesse passeio conversamos com o proprietário, ficamos sabendo de toda a história do lugar, que se confundia com a história da própria família, pagamos dois reais por pessoa pelo acesso e ficamos intrigados com a placa indicando horário de visitação. Começamos a desconfiar de que não se tratava de uma área para camping...
Caminhada para ver os macacos
Os macacos do Morro dos Macacos
[Foto de Tiane]
Bananas estavam disponíveis para os visitantes darem aos macacos, que já estavam acostumados. Alguns inclusive enfiavam uma banana na boca e seguravam outras duas, uma em cada mão!
Retornando ao acampamento, aproveitei a oferta do Sidnei e a oportunidade para experimentar o seu caiaque:
[Foto de Tiane]
Experimentando o caiaque de velocidade em águas brancas
Do acampamento era possível observar um areião na direção Nordeste. Sugeri uma ida até lá, pois parecia um bom local, elevado, onde poderíamos ter uma visão privilegiada da região. Trieste e Maria Helena foram na frente, no caiaque duplo.
[Legendas e trajeto sobre imagem do Google Earth]
Percurso mostrando a remada desde o acampamento e a tentativa de chegar ao Areião
Saindo para a remada ao Areião
Germano e Tiane resolveram me acompanhar nessa pequena remada exploratória. Quando estávamos no meio do caminho, cruzamos por Maria Helena e Trieste retornando no caiaque duplo.
Encontro no caminho
Chegando na margem, aguardei Germano e Tiane, que não estavam muito seguros de que encontraríamos local para acessar o Areião. Tiane argumentou que eram propriedades privadas - fazendas - e que poderíamos até mesmo levar um tiro encontrando algum capataz exaltado. Achei uma preocupação exagerada e segui em frente enquanto eles retornavam ao acampamento.
Areião
Desembarquei e segui pelo campo em direção a um agrupamento de casas, onde uma senhora me explicou que o Areião era na realidade uma jazida de extração de areia; o acesso era proibido por conta do perigo de deslizamentos. Terminava por ali a tentativa de subir para apreciar a paisagem, então fiz meia volta e retornei ao caiaque.
Retornando
No caminho encontrei Egon remando e retornamos juntos ao acampamento.
Retorno ao acampamento
O momento mais polêmico e tenso dessa remada com acampamento foi protagonizado pelo proprietário, que foi ao acampamento e exigiu que nos retirássemos, pois se tratava de uma reserva privada onde o acampamento era proibido. Por algum equívoco dos Brothers Adventure, organizadores da remada, ninguém parecia saber disso. Várias opiniões foram manifestadas, algumas mais acaloradas, outras mais reservadas. Rogério e Egon saíram para conversar com o senhor e demoraram, demoraram, demoraram... Enquanto isso, foi anoitecendo...
Enquanto esperávamos, cogitando já em desmontar o acampamento para uma remada noturna de retorno, Rogério e Egon apareceram com um saco de carvão e um sorriso no rosto. Estava tudo certo, poderíamos ficar, desde que saíssemos antes das nove horas no dia seguinte.
O jantar foi um espetáculo à parte, protagonizado pela minha personal mestre cuca Tiane, que preparou deliciosos bolinhos de batata!!!
Tiane preparando...
...bolinhos de batata!
Delícia!!!
Para encerrar a jornada, fomos dormir com uma espetacular lua cheia!
Lua cheia
[Legendas e trajeto sobre imagem do Google Earth]
A região da remada
[Legendas e trajeto sobre imagem do Google Earth]
Percurso realizado no primeiro dia
Distância remada: 20,91 km;
Tempo remado: 4 h 1 min;
Velocidade média: 5,7 km/h;
Velocidade máxima: 9,0 km/h;
Tempo parado: 1 h 57 min;
Velocidade média geral: 3,5 km/h.
Segundo dia
Manhã do segundo dia no acampamento
Acordei cedo para ver o acampamento envolto em denso nevoeiro. Germano também contemplava a paisagem, acompanhado pela sempre presente Filhinha.
Pouco a pouco os companheiros de remada foram levantando, os café foram sendo preparados e os acampamentos foram sendo desmontados. Tralhas voltaram a encontrar lugar nos compartimentos dos caiaques.
O bonito colorido dos caiaques e tralhas
Minha personal protetora
Tiane esperando a hora de entrar na água
Saudando mais um belo dia de remada
O nevoeiro se dispersou e iniciamos a remada de retorno com o prenúncio de mais um dia de céu azul e sol forte. Como diz o ditado: "cerração que baixa, sol que racha"!
Seguindo para a Barrinha...
...vimos um balão ao longe.
Barrinha
O retorno foi bastante tranquilo. Em certo momento segui na frente e tomei um canal lateral para explorar um dos meandros do rio. Esse canal era muito bonito e sinuoso, e por muito pouco não tinha outra ligação com o rio.
[Legendas e trajeto sobre imagem do Google Earth]
Percurso por meandros do rio
Explorando um dos meandros
Durante essa breve remada exploratória acabei ficando para trás e reencontrei o grupo na parada para descanso. Sugeri que, em vez de terminarmos a remada na marina, seguíssemos até o mar, a cerca de três quilômetros - essa remada de retorno do acampamento à marina teria apenas cerca de doze quilômetros, possibilitando perfeitamente uma remada ao mar e até mesmo uma visita à Ilha dos Lobos, o que poderia ter sido bem interessante e também bastante seguro, pois remaríamos em grupo - fui voto vencido, ninguém mais se animou com minha sugestão.
Parada para descanso
Torres ao fundo
Cardeal do banhado
Urbanização da margem do rio
Em pouco tempo remamos de volta à marina e concluímos a jornada por volta do meio dia, sob sol escaldante.
Chegando na marina
Uhúúúúú!!!
Participaram da remada Egon e Paulo (que remam regularmente com o grupo Exa de Porto Alegre), os Brothers Adventure Rogério, Fernando Lapolli, Fernando e Régis, Germano (acompanhado pela cocker Filhinha) e seu filho Fernando, Maria Helena e Trieste (no caiaque duplo), além de Tiane e eu. Encontrou-nos no caminho e remou um pouco o amigo Sidnei.
[Legendas e trajeto sobre imagem do Google Earth]
Percurso remado no segundo dia
As informações disponibilizadas pelo gps no segundo dia foram:
Distância remada: 18,65 km;
Tempo remado: 2 h 48 min;
Velocidade média: 6,7 km/h;
Velocidade máxima: 11,7 km/h;
Tempo parado: 20 min 43 s;
Velocidade média geral: 5,9 km/h.
Distância remada nos dois dias: 39,56 km.
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