Monday, June 09, 2014

Pão de Açúcar do Mamanguá


Acordei cedo, com os primeiros raios de sol tingindo as montanhas ao longe. Na véspera todos nós fomos dormir cedo, pois não há energia elétrica no Mamanguá e o gerador não fica muito tempo ligado. Essa condição deverá mudar em pouco tempo, pois os postes para energia elétrica já estão empilhados perto da praia, aguardando instalação. Se essa mudança será benéfica ou não para os moradores locais, só o tempo dirá.

Enquanto a energia elétrica não chega, é a luz do dia e a escuridão da noite que ditam o ritmo tranquilo nesse paraíso que é o Saco do Mamanguá. Especialmente fora do período de temporada a vida segue tranquila, e foi nessa atmosfera que iniciou nosso dia. Pouco a pouco os amigos foram saindo de suas redes e se ocupando com os primeiros afazeres. Eu aproveitei as primeiras luzes da manhã para fotografar e caminhar pelos arredores.



Bem perto do rancho do Seu Orlando e da Dona Maria havia uma casa de um coreano. Entre as idas e vindas das questões políticas, burocráticas e ambientais, alguém decidiu e a casa foi literalmente aos ares, explodida por muitos quilos de dinamite. Foi-se a casa, restaram feios escombros que pouco a pouco a natureza trata de retomar.
Não muito longe dali, e em vários outros locais não somente do Mamanguá, mas de toda a costa atlântica, suntuosas mansões não recebem o mesmo tratamento...

Escombros da casa do coreano

Esse morador leva a casa nas costas!

 O rancho onde paramos


O sol foi subindo, tingindo a verde mata atlântica no lado oposto do "fiorde tropical' em que estávamos. As elevações da região são muito bonitas e algumas delas têm trilhas em meio à floresta que permitem uma subida ao topo. Durante o café consolidamos a ideia de uma subida, cogitada na véspera, ao Pão de Açúcar, uma dessas elevações bem próximas.





 Café da manhã


 "Even cats prefer Trak" :)

 Pão de Açúcar

Separamos agasalhos contra o vento, água e algum lanche e, claro, as máquinas fotográficas. Logo adiante começava a caminhada no meio da mata, seguindo morro acima por uma trilha bem demarcada e que alternava percursos fáceis com trechos mais íngremes. A exuberante vegetação ajudava a manter a umidade do ambiente, fiquei imaginando que no auge do Verão deveria ser bem mais cansativa a empreitada. Passo a passo fomos ganhando altitude até a chegada a uma clareira. Parecia o topo, não era... mas estávamos quase lá!


Quem não perde o fôlego durante a subida certamente perderá ao contemplar a paisagem do topo: que vista espetacular!!! Se alguém tem dúvida se deve encarar a subida ou não, aconselho a subir, com toda a certeza! A trilha toda não é longa, menos de um quilômetro e meio; mesmo que pareça íngreme, pode ser subida se o caminhante não estiver na melhor forma física, mas tiver tempo, paciência e perseverança. Chegando ao topo, será recompensado!!!



















Abaixo, vídeo da chegada no topo:


[Para visualizar melhor, por favor clique no ícone do YouTube
e escolha a melhor definição]

Depois de passar um bom tempo admirando a paisagem, chegou a hora de descer.
"Para baixo todo santo ajuda" - diz o ditado popular. Mas sempre é bom prestar atenção no caminho e evitar um escorregão indesejado.

Novos horizontes nos aguardavam lá embaixo.

Sunday, June 08, 2014

Remando no paraíso - Paraty Mirim ao Saco do Mamanguá


Conforme combinado na véspera, saímos da Praia da Fortaleza em Ubatuba (SP) levando caiaques e tralhas rumo a Paraty Mirim, no Rio de Janeiro. Seguindo pela rodovia Rio-Santos, chegamos a pegar um pouco de chuva na passagem pela divisa entre os estados, mas mais adiante o tempo foi melhorando.




O acesso para Paraty Mirim é uma estradinha de terra bem esburacada e que estava com lama em alguns trechos. No caminho paramos para ver uma pequena ponte pênsil.



Chegando em Paraty Mirim, que é uma localidade bem pequena, seguimos até o final da estrada, já bem próximo do mar. Estacionamos os carros e tratamos de preparar os caiaques e as tralhas para a curta jornada até Mamanguá, "logo ali, no outro lado do morro".


Montagem dos caiaques Trak


Chegando na praia, nos deparamos com uma pequena invasão de estudantes que se preparavam para conhecer a região. Foi bem cômico ver os adolescentes na expectativa de embarcar; alguns levavam até malas! :)
Em meio a essa agitada confusão fomos guardando nossos equipamentos nos caiaques.







No meu caiaque ainda cabe um tantinho assim, ó!

 Saindo...

Com tudo pronto, começamos a remar nessa região entre os estados do Rio de Janeiro e São Paulo. O litoral recortado e a proximidade entre as montanhas e o mar, aliados ao clima tropical, se traduzem em uma fantástica paisagem onde o verde predomina, tanto na vegetação exuberante, quanto na água límpida. Mesmo com o céu encoberto por nuvens baixas, dava para perceber o verdadeiro espetáculo que é o encontro da água com a terra nesse paraíso.



Remamos bem próximos à margem, procurando a proteção contra o vento Leste. Seguimos em direção à Ponta da Escalvada, por onde dobramos para entrar no Saco do Mamanguá, conhecido como um "fiorde tropical" de rara beleza.

 Na Ponta da Escalvada

Ao chegarmos na entrada do Saco do Mamanguá o vento já havia diminuído. Juntamos os caiaques, formando uma balsa, para que Christian fornecesse algumas informações e instruções sobre o trajeto a seguir. Atravessaríamos logo o saco, rumando diagonalmente em direção a um pequeno povoado.

Atravessando o Saco do Mamanguá


Passamos por algumas casas e também por grandes mansões, inclusive uma propriedade onde havia sido gravada uma parte de um filme da Saga Crepúsculo. Havia um bonito gramado em frente à casa que, durante as gravações, foi completamente coberto por uma proteção e por areia, pois assim queria o diretor do filme...
Nossa breve mas prazerosa remada terminou em frente ao local que nos abrigaria nos próximos dias, o rancho da Dona Maria e do Seu Orlando, por quem fomos recebidos de braços abertos.

 Que refeição preparada pela Dona Maria, hein? :)

 Seu Orlando...
 ... e seu barco.

 Que tal um chocolate quente?

Após banhos tomados, uma lauta refeição com frutos do mar preparada pela Dona Maria, uma bela conversa com Seu Orlando e um ótimo chocolate quente preparado pelo renomado Chef Paul, tratamos de montar acampamento, ou melhor, esticar as redes. Só eu dormiria na minha barraca, que já estava armada no belo gramado.




Boa noite!

Informações disponibilizadas pelo gps:

Distância remada: 6,55 km;
Tempo remado: 1 h 33 min 33 s;
Velocidade média: 4,2 km/h;
Velocidade máxima: 8,4 km/h;
Tempo parado: 6 min 52 s;
Velocidade média geral: 3,9 km/h.

 [Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]