Saturday, January 21, 2012

De caiaque de Bom Retiro do Sul a Morretes - segundo dia


Após uma noite sem maiores sobressaltos, no início do segundo dia de remada tratamos de agilizar o café da manhã e a desmontagem do acampamento, pois teríamos um longo dia de remada pela frente. Mesmo assim, a mesa do café estava farta!



Maciel ajeitando as tralhas


Germano pronto para partir


Optamos por remar entre uma ilha e a cidade que tem o mesmo nome do rio, Taquari. Surpreendentemente, enxergamos somente algumas embarcações em terminais, mas nenhum acesso da cidade para o rio. A impressão que tive foi que é mais uma cidade que voltou as costas para a água, utilizando-a primeiro como via de acesso e depois como esgoto...



















Na outra margem, Germano e Maciel.




Pausa para água e lanche no meio do rio


Enxergamos uma praia que parecia convidativa e paramos para descer




Nesse segundo dia remamos por trechos onde há uma bela mata ciliar, com árvores frondosas. Dá gosto ver os grandes galhos chegando até a água e imaginar os frutos caindo para alimentar os peixes...











Remamos por um bom tempo ao lado de uma ilha bastante comprida; no final dessa ilha, o curso do rio seguia fazendo uma curva para a direita; dobrando a curva, enxerguei a ponte férrea metálica perto da qual pararíamos para almoçar, na localidade de Barreto, pertencente ao município de Triunfo.









Parada para almoço em Barreto


Após o almoço à sombra das árvores e depois de um tempo de descanso, seguimos viagem, com a correnteza cada vez mais fraca...



Bem ao longe, General Câmara.
Igreja em General Câmara




Arsenal de Guerra General Câmara

Assim como em Taquari, passando por General Câmara também não se percebe nenhuma ligação da cidade com o rio. Eu remava bem à frente de Germano e Maciel, então aproveitei para atravessar o rio e conhecer um pouco mais da ligação dessa cidade com o rio. Fiquei decepcionado com as condições de falta de manutenção de um prédio onde se lia "Arsenal de Guerra General Câmara" e com a ausência de ligação da cidade com o rio Taquari.
Retornei à margem esquerda, remando em direção a uma chaminé.




Enxergando que meus companheiros continuavam a descer o rio, segui remando e parando ocasionalmente para fotografar, em ritmo lento, esperando que me alcançassem.

Biguás - ao fundo, São Jerônimo, já às margens do rio Jacuí.





O rio Taquari deságua no rio Jacuí, formando praticamente um "T" quando visto do alto. Na "esquina" formada pelo encontro dos rios dobrei à esquerda, entrando em um pequeno canal formado por uma ilhota bem na frente da cidade de Triunfo, na margem esquerda do Jacuí; na outra margem, seiscentos metros à frente, fica a cidade de São Jerônimo.
Desembarquei e fui fotografar os arredores enquanto esperava pelos companheiros de jornada.


Como os amigos demoravam para chegar, saí rapidamente da margem do rio e fui ao supermercado, pois precisaríamos de água para o acampamento. Retornei e somente aí vi que se aproximavam, mas estranhamente não entraram pelo canal (local já conhecido de outras remadas), contornando a ilha e seguindo adiante pelo Jacuí. Em vez de pararem onde eu estava, em local abrigado, decidiram parar bem ao lado do ponto de atracação da balsa que faz a ligação entre Triunfo e São Jerônimo. Ali o vento soprava forte e havia ondas...


Retornei ao caiaque, guardei as duas bombonas de cinco litros de água e fui ao seu encontro. Quando dobrei na ponta da ilha comecei a receber vento e ondas na cara... parecia outra remada!
Chegando onde estavam meus amigos, nem desembarquei, pois Maciel já retornava ao caiaque com algumas garrafinhas de água. Em pouco tempo, logo após a partida da barca, já começávamos a enfrentar o vento (que não estava fraco) e as ondas (tranquilas).
Cruzamos para a margem oposta, que estava um pouco mais calma.

Atravessando o Jacuí

Na margem oposta, bem menos ondas.


Tínhamos ainda uma boa quilometragem para percorrer até a ilha onde Germano planejara acampar e o final da tarde já estava chegando, de modo que se quiséssemos chegar antes do anoitecer, precisaríamos forçar um pouco mais o ritmo. Segui na frente, mas precisei parar para esperar os amigos. Enquanto isso, fiquei olhando uma das muitas embarcações que transitam diariamente no Jacuí e aproveitei para fotografar meus companheiros de jornada.








Nessa parada para reagrupamento decidiu-se que atravessaríamos o rio novamente e, se encontrássemos algum local, montaríamos acampamento. Se não encontrássemos, faríamos nova parada na ilha onde existiam duas grandes torres de alta tensão. Foi um grande erro de estratégia, pois voltamos a remar enfrentando não somente ondas, mas vento contrário. Algumas rajadas mais fortes dificultavam bastante o avanço, tornando a remada cansativa e diminuindo a velocidade mais uma vez.
Não havia local propício para acampar, então quando estava próximo, atravessei em direção à ilha e fiquei acompanhando o avanço dos meus amigos pelo zoom da filmadora e da máquina fotográfica.

Aguardando no abrigo da ilha

E lá vêm eles!!!















Aproveitando o abrigo da ilha, prosseguimos descendo o rio em direção ao local onde deveria ser o acampamento. Entre uma ilha e outra, passamos em frente à Penitenciária Estadual do Jacuí, em Charqueadas.



Logo ali, a ilha do acampamento...

O sol já se aproximava do horizonte, colorindo a paisagem com tons amarelados. Cheguei à ponta da ilha e desviei para a esquerda, procurando local propício para montar acampamento. A margem não parecia propícia, com barrancos arborizados. Não muito longe, no entanto, encontrei uma pequena praia, onde desembarquei e fui explorar os arredores. Subindo por uma pequena rampa havia um local excelente, plano e abrigado. Seria ali!
Voltei à praia e sinalizei para Maciel, que já estava chegando. Germano ficara mais para trás e parecia não estar muito preocupado em ter que montar acampamento no escuro, pois aproveitava para fotografar o sol se pondo.

Lua no céu






Montamos acampamento já escurecendo e não houve janta coletiva, pois Maciel preparou sua refeição dentro da barraca e Germano acabou adormecendo sem jantar, sucumbindo ao cansaço. Foi um dia cheio de contrastes, com águas calmas, serenas, calor, vento, ondas e bastante esforço.

Informações disponibilizadas pelo gps:

Distância remada: 45,59 km;
Tempo remado: 7 h 31 min;
Velocidade média: 6,1 km/h;
Velocidade máxima: 8,6 km/h;
Tempo parado: 4 h 45 min;
Velocidade média geral: 3,7 km/h.

Distância acumulada remada: 79,47 km.

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]
Percurso realizado no segundo dia

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]
Percurso de Taquari à parada para almoço

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]
Percurso da parada para almoço ao acampamento

1 comment:

Anonymous said...

Olá, num trecho do seu texto comentávas a ausência de ligação das cidades de Taquari e General Câmara com o seu rio. Realmente, eu morei em General Câmara até os 17 anos e na época ainda havia uma certa ligação com o rio, onde diversas pessoas moravam às margens do rio Taquari, na sua maioria pescadores e pessoas que trabalhavam nas lavouras de milho e arroz às margens do rio. Hoje, com a mecanização das lavouras, poucos são necessários para o trabalho. Os pescadores não existem mais.Vale comentar também que aquela é uma área de enchentes, isto pode ser mais um fator que afugentou os moradores, que, pelo que eu sei, ganharam casas subsidiadas na cidade acima.

Um Abraço,
Jadir
jadirkersting@yahoo.com.br