Monday, June 09, 2008

Pedalada Viamão - Floripa - Curitiba: parte 1


Desde a época dos bancos escolares da Escola de Educação Física da UFRGS meu colega Evânder Franco e eu planejávamos alguma atividade em conjunto. Inicialmente planejáramos a Caminhada Porto Alegre - Floripa: fizemos camisetas para vender e conseguir fundos, organizamos o roteiro e estávamos quase na véspera da saída quando Evânder foi aprovado em um concurso público e teve de deixar o projeto. O resultado foi uma caminhada solitária de quase 500 quilômetros por inúmeras praias que eu não conhecia, a visita de bicicleta à Família Schürmann (que se preparava para o projeto de volta ao mundo reeditando a viagem à vela de Magalhães) em Porto Belo e o retorno, também de bicicleta, a Porto Alegre. Uma bela aventura!
Evânder, atleta nato - corredor e agora um excelente corredor de degraus, tendo inclusive participado em provas importantes no exterior, como a prova de subida do Empire State Building em New York - e amigo desde a faculdade, propôs uma pedalada que, inicialmente, iria até a praia de Palmas, em Governador Celso Ramos, Santa Catarina. Posteriormente o objetivo foi modificado para a praia de Campeche, em Florianópolis, onde mora um casal de amigos de Evânder. A data escolhida englobou o feriado de 22 de maio, Corpus Christi, que foi o dia da partida de Viamão, mais especificamente da casa do Evânder, da Melissa (esposa) e da Anne (filha).

No dia 21, quarta-feira, véspera da partida, organizamos o equipamento espalhado na sala da casa de Evânder e tratamos de guardá-lo nos alforjes e nos sacos estanques. Optei por organizar o meu equipamento dividindo-o entre quatro alforjes (dois dianteiros e dois traseiros) e um saco estanque (onde tradicionalmente coloco o isolante e o saco de dormir e eventualmente alguma roupa). Embora quatro alforjes sejam quase um exagero em termos de volume disponível para transporte de equipamento, considerando-se uma viagem de pequena extensão, permitem um equilíbrio de carga mais efetivo através de sua distribuição na bicicleta.

Na manhã do dia da partida, 22 de maio, a alvorada foi às 5 h 30 min. Tomamos café, terminamos os últimos preparativos e, por volta das 7 h 20 min, estávamos prontos para iniciar a pedalada.Os primeiros quilômetros foram para acessar a RS 040, que nos levaria às pequenas localidades de Águas Claras, Capão da Porteira e Capivari do Sul, onde desviaríamos para Osório. O dia não poderia iniciar melhor: tempo bom, sol e quase ausência de vento, aliados a pouco movimento na rodovia.

Chegando em Capivari do Sul, paramos para tomar refrigerante em um bar à margem da rodovia e aproveitamos para saber mais a respeito do trecho que percorreríamos a seguir. Passaríamos por Passinhos e pela margem da Lagoa dos Barros antes de chegarmos à Estrada do Mar em Osório.
Após a passagem pela pequena localidade de Passinhos, acessamos a bela Lagoa dos Barros para um pequeno lanche, fotografias e filmagem.

Logo após o retorno à rodovia, constatei que o pneu traseiro murchava rapidamente. Retirada a câmara, verifiquei que tratava-se de uma falha na parte interna, provavelmente ocasionada pela baixa qualidade do material - fato agravado por estar muitas vezes acondicionado por meses em local inadequado dentro da loja. Nem tive o trabalho de remendar, foi imediatamente substituída e seguimos viagem em direção aos enormes geradores eólicos nas proximidades de Osório. Na fotografia abaixo pode-se identificar o que parece ser um pequeno objeto próximo à base do gerador - na verdade, trata-se de um automóvel!

No início da Estrada do Mar, paramos para tomar refrigerante e caldo de cana gelado. Havíamos apenas percorrido os primeiros cem quilômetros de pedalada e eu já sentia os primeiros efeitos de uma falta de preparação física adequada. A parada serviu para descanso e para repor as energias. Evânder, em plena forma, sentia-se muito bem e tenho certeza de que poderia ter seguido direto para a praia sem descanso. Obrigado pela compreensão, companheiro!

Na Estrada do Mar seguíamos com uma leve brisa que, algumas vezes, mais do que ajudar, atrapalhava um pouco. Paramos para descansar, tirar fotografias e, logo após passarmos pelo acesso para Curumim (final da Rota do Sol), salvar uma tartaruga que se dirigia para o meio da pista.

Salvando a tartaruga no início da noite...
Pedalamos noite adentro e chegamos em Rondinha depois de rodarmos quase 165 quilômetros. Banho tomado, recuperamos as energias com torradas, café com leite e vinho. E um bom sono!
Registro do ciclocomputador:
Dst 1 (distância percorrida no dia): 164,68 km;
Dst 2 (distância acumulada): 164,68 km;
Odo (odômetro - registro contínuo de distância): 5794,9 km;
Tm (tempo pedalado): 7 h 50 min 31 s;
Av (velocidade média pedalada): 21,0 km/h;
Mx (velocidade máxima pedalada): 51,5 km/h.

1 comment:

Anonymous said...

É isso aí companheiro.
Esatou curioso para acompanhar o relato até o final da viagem com a subida da serra do mar de trem.

Parabéns pelo relato e pelas fotos.
Valeu

Valdo