Monday, October 12, 2009

Remada na Ponta do Salgado


Fotografia: Tiane.

Porto Alegre, 5 de setembro de 2009.
Saímos entre três canoístas (Germano, Tiane e Leonardo) em dois carros rumo a Barra do Ribeiro com o objetivo de remarmos até a Ponta do Salgado, uma projeção de terra que se lança pelo lago Guaíba adentro na direção geral Nordeste. Situa-se aproximadamente na mesma latitude da Vila de Itapuã, porém na margem oposta.

Imagem: Google Earth.

Fotografia: Tiane.

Saímos pela manhã que estava com a cara de quem ainda não havia acordado, sonolenta e enevoada, rumando para Eldorado do Sul e Guaíba, optando por passar pela estrada interna para desviar dos pedágios.
Fotografia: Tiane.

Chegando em Barra do Ribeiro fomos agraciados com um belo dia de sol e árvores floridas.

Fotografia: Tiane.

Germano, que já conhecia o local, levou-nos diretamente para a Praia Recanto das Mulatas, onde estacionamos os carros e tomamos café enquanto preparávamos caiaques e tralhas.

A água estava bem calma pela ausência de vento. Carregamos os equipamentos nos caiaques e preparamo-nos para zarpar às nove e meia da manhã. Teríamos o dia inteiro para remar e fotografar, conhecendo as redondezas da Ponta do Salgado.

Fotografia: Tiane.
Início da remada
Germano

Tiane e Germano


Saímos com água calma e ausência de vento, rumando inicialmente para a foz do arroio Araçá.

Na direção da cidade de Porto Alegre pudemos apreciar belas imagens.

O centro da cidade de Barra do Ribeiro foi ficando para trás...



Ponta Grossa

Germano passando


Fotografia: Tiane.

Fotografia: Tiane.

Fotografia: Tiane.

Paramos em uma praia de areias brancas pouco adiante da foz do arroio Araçá para conhecermos um pouco mais a região.


Onde quer que se vá, sempre é possível observar o esplendor da natureza, muitas vezes manifestado em pequenos detalhes de plantas e animais.




















Tempo para descansar...



Após um bom tempo para descansar, tomar chá, apreciar a paisagem e um pouco do incrível mundo em miniatura dos fungos, musgos, líquens, plantas e animais, decidimos seguir adiante. Uma leve brisa começava a soprar do quadrante Sul, desfazendo o espelho que a água havia formado.


Fotografia: Tiane.

Fotografia: Tiane.
Passando pela Ponta do Salgado, guinamos noventa graus para a direita e passamos a remar rumo ao Sul. Por volta do meio dia e trinta começamos a procurar um local para o almoço. Encontramos uma pequena faixa de areia entre árvores. Sombra garantida!

Fotografia: Tiane.

Local de parada para o almoço
Fotografia: Tiane.


À medida que almoçávamos observamos que o vento e as ondas começavam a aumentar. Às duas e meia da tarde voltávamos para a água.

Tiane saiu primeiro, um pouco receosa com as ondas. Não queria ficar sozinha, então pedi que esperasse no meio dos juncos, onde encontraria proteção relativa contra as ondas e o vento. Germano foi o segundo, cuidando para permanecer de frente para a ondulação. Quando saí permaneci nas proximidades da Tiane, que estava muito assustada com a mudança provocada pelo vento. Germano foi ficando um pouco mais para trás enquanto eu incentivava a Tiane a continuar em meio às ondas, que chegavam entre a popa e boreste (entre a parte de trás e o lado direito do caiaque). Fomos avançando com boa velocidade até chegarmos à extremidade da Ponta do Salgado, quando então a Tiane encontrou águas abrigadas e seguiu para a margem. Germano havia ficado para trás e eu jamais deixaria um amigo sozinho naquelas condições, então girei 180 graus e voltei. As ondas e o vento não davam trégua e o caiaque parecia um potro chucro que não se deixava domar, pulando de uma onda para outra. Eu remava e procurava, remava e procurava, e nada de encontrar o Germano. Quando já estava quase nas proximidades do ponto onde havíamos parado, vi que Germano havia retornado para a costa mas já estava navegando novamente. Quando estávamos próximos o suficiente, perguntei se estava tudo bem e recebi resposta afirmativa. Ele havia retornado para a margem e, após aportar, tinha encontrado dificuldades em conseguir sair novamente, pois as ondas insistiam em manter o seu caiaque de lado e jogá-lo de volta para a margem. Procurei acompanhar o meu amigo para dar uma ajuda em caso de necessidade, mas isso não foi preciso, pois ele conseguiu enfrentar os seus medos - e as ondas e o vento, que não eram nada imaginário! - e chegar às águas tranquilas onde Tiane nos aguardava.
Abaixo, uma estimativa do trajeto feito nas proximidades da Ponta do Salgado. As ondas e o vento sopravam do canto inferior direito da imagem em direção à extremidade da Ponta.
Imagem: Google Earth.

Fotografia feita pela Tiane quando Germano e eu chegávamos à Ponta do Salgado
após o trecho de ondas e vento.
Descansamos um pouco, tomamos água, e, claro, conversamos sobre as condições adversas que havíamos encontrado. Comentei que, apesar da dificuldade, não havíamos enfrentado uma situação de perigo potencial, pois em caso de capotamento estávamos bem próximos à costa e seríamos levados pelo vento e pelas ondas para a praia, de modo que poderíamos encarar a situação como uma experiência de aprendizado. Na realidade os caiaques - especialmente os oceânicos - foram projetados para condições muito mais adversas de utilização, de maneira que nós é que deveríamos nos adequar a essa nova situação provocada pelo aumento na intensidade do vento.

Descanso feito, seguimos adiante, agora em águas bem mais calmas, protegidas do vento.
De volta ao ponto de partida



Ponta do Salgado ao longe


Imagem: Google Earth.
Percorremos aproximadamente vinte e dois quilômetros, conhecendo a foz do arroio Araçá, algumas praias e a Ponta do Salgado. Foi um belo dia de remada e novas emoções proporcionadas pela mudança nas condições de navegação. Obrigado, amigos!

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