Monday, September 06, 2010

Remando no rio Jacuí: de Triunfo à Ilha da Pintada.

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]
O percurso remado em um contexto amplo

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]
O percurso de Triunfo à Ilha da Pintada

Saída em Triunfo

Aproveitando o período pós-chuvas, Germano, Tiane e eu recrutamos o apoio do Roberto, pai da Tiane, e nos mandamos de Parati para a cidade de Triunfo, com o objetivo de descer o rio Jacuí. De acordo com o nosso desempenho teríamos três alternativas para a chegada: a prainha de Morretes, no rio Caí, a Ilha da Pintada ou o Gasômetro.
Chegando em Triunfo fomos diretamente para o Caminho dos Plátanos, onde sabíamos que haveria acesso para o rio. Retiramos os caiaques e guardamos as tralhas nos compartimentos estanques. Roberto voltou com a Parati a Porto Alegre e nos buscaria após a remada.
Iniciamos a remada com a manhã já bem avançada, às 9 h 30 min.

Primeiras remadas

O dia estava magnífico, com as condições ideais para essa nossa remada. Tempo bom, com sol entre algumas nuvens de tempo bom (cúmulos) e vento favorável soprando do quadrante Oeste. O nível do rio estava elevado pelas chuvas dos dias anteriores, garantindo uma boa correnteza, que nesse trecho chegava a 4 km/h. Quanto mais avançássemos em direção ao Delta do Jacuí, porém, menos auxílio da correnteza teríamos, pois a declividade do terreno vai diminuindo.

Bem ao longe, a estrutura da usina termoelétrica em Charqueadas.

Por ser domingo, as atividades de navegação comercial estavam reduzidas e precisamos apenas monitorar a movimentação da balsa para veículos e da barca de passageiros durante a travessia da margem esquerda para a margem direita do rio. Bem ao longe, rio abaixo, era possível avistar o prédio da usina termoelétrica em Charqueadas.




[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]

Remamos com tranquilidade os primeiros quilômetros até o centro de Charqueadas, onde encontramos várias embarcações atracadas. A partir dali encontraríamos vários terminais para atracação de navios e a foz do Arroio dos Ratos - por favor veja a postagem em


Embarcações atracadas em Charqueadas





Reserva Particular do Patrimônio Natural Porto da Capela


Penitenciária Estadual do Jacuí

Tiane e o Quindim Precioso cruzando a foz do Arroio dos Ratos


Usina termoelétrica

Por favor leia mais em

Caiaques e remadores ficam diminutos em frente à usina



"Avenida"

Gavião

[Detalhe da imagem anterior]
Gavião

[Trajeto e legenda sobre imagem do Google Earth]

[Trajeto e legenda sobre imagem do Google Earth]

A partir da passagem pela foz do Arroio dos Ratos passei a remar mais próximo do centro do rio, onde a correnteza estava mais forte. Esse fator, talvez aliado a uma maior velocidade de remada, fez com que eu me afastasse um pouco da Tiane e do Germano. Após passar por uma ilha, decidi dar uma olhada na sua extremidade e entrei em um canal, reparando antes que meus companheiros de remada vinham bem atrás e próximos à margem; entrei no canal, remei um pouco e retornei, esperando encontrá-los já bem perto, mas não avistei ninguém. Decidi retornar rio acima; remando contra a correnteza, só conseguia avançar a 5 km/h e com muito esforço. Avistei a Tiane caminhando na margem e concluí que deveriam ter parado por algum motivo. Somente quando cheguei onde estavam os caiaques fiquei sabendo que haviam parado para visitar uma pequena capela em um local chamado Granja Carola. Como já estavam parados bastante tempo e não havia restado um bom local para desembarcar, decidi deixar a visita para uma próxima oportunidade.



Chaminés do Polo Petroquímico ao longe

"Canoas"

Chegando à Ilha do Araújo (do centro para a esquerda da foto)

[Trajeto e legenda sobre imagem do Google Earth]

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]

Ao chegarmos à Ilha do Araújo Germano propôs uma parada para o almoço e sugeriu um local para desembarcarmos em meio às árvores. Tiane encontrou um local para colocarmos as tralhas de cozinha e eu tratei de aquecer água no fogareiro. Enquanto a água aquecia fui fotografar os arredores.








Almoço na Ilha do Araújo

Durante a parada para almoço passaram várias embarcações

Tiane pronta para continuar a remada

Indicação de "perigo isolado" à navegação no meio do rio


Uma bela árvore

Draga




Após a parada para almoço seguimos no mesmo ritmo tranquilo de remada, admirando a paisagem e vez por outra parando para alguma fotografia. A correnteza havia diminuído sensivelmente, mas continuava nos ajudando. Praticamente havíamos descartado a prainha de Morretes como ponto de chegada e a tendência seria terminarmos na Ilha da Pintada, embora eu votasse a favor do Gasômetro, apenas três quilômetros adiante.
Por volta das três horas da tarde chegamos à ilha Domingos José Lopes, uma das maiores do percurso, que Germano já conhecia. Estivera por ali em uma remada com o amigo Padaratz.

[Legenda sobre montagem com quatro fotografias]


Escolhemos deixar a ilha a boreste (direita) e passamos a remar bem próximos da margem, admirando as taquareiras e algumas árvores com folhas vermelhas que chegavam a tocar a água.





"Santo Ângelo"

"Central"


Tiane passando pelo final da ilha Domingos José Lopes


Depois da grande ilha passamos por várias bem menores, com diferentes tipos de vegetação e onde a correnteza já estava bem mais fraca. Ao longe passamos a avistar as torres de alta tensão que elevam os cabos de energia elétrica sobre o rio. Eram nossa referência, pois logo depois de passar por eles já estaríamos mudando o rumo para o Sul, em direção à Ilha da Pintada.





"Arca de Noé" - mais um para a galeria de nomes exóticos de embarcações!!!

[Trajeto e legenda sobre imagem do Google Earth]



Quase chegando nas torres de alta tensão

"S.R.Hoff" com "Lina" a contrabordo

As torres de alta tensão após as quais mudamos o rumo para o Sul

Cruzamos pelas torres de alta tensão por volta das quatro e meia da tarde e, guinando para boreste, passamos a remar para o Sul, com a Ilha do Lage à nossa esquerda. Ao longe já era possível avistar a "quarta ponte" sobre o braço do rio Jacuí. Foi uma mudança não só de rumo, mas de ambiente. Repentinamente começaram a surgir lanchas de todos os tamanhos e alguns jet skis.











"De repente começaram a surgir lanchas de totos os tamanhos e jets skis"



Quando a enorme lancha Intermarine Azimut 520 "Liberté" (quase 16 metros de comprimento, 19 toneladas e dois motores de 675 HP!!!) passou a toda velocidade eu dei graças a Deus por estar em terra firme (Tiane e eu paramos para "ir ao banheiro"), pois poderia ter tomado um banho involuntário quase no final da remada. Pesquisando sobre essa embarcação encontrei um relato descrevendo uma situação completamente oposta com uma lancha de mesmo nome, também em Porto Alegre:
Nessa postagem do site Popa.com.br percebe-se que não é a mesma embarcação (a lancha citada no link tinha 38 pés).
Fica aqui o registro de indignação por esse exemplo de, no mínimo, falta de respeito com os demais.


[Trajeto e legenda sobre imagem do Google Earth]

[Trajeto e legendas sobre imagem do Google Earth]

Parece que existe uma atração entre os caiaques e as lanchas e jet skis, pois vários se aproximavam de nossas lentas embarcações e parecia que procuravam passar bem perto e em velocidade. Foi o momento negativo desse belo dia de remada. Cruzamos a ponte e lembrei-me de visitar os cachorrinhos que havíamos visto na Ilha da Casa da Pólvora (por favor veja postagem clicando aqui) antes de atravessar o rio para ir à Ilha da Pintada.

Os cachorrinhos da Ilha da Casa da Pólvora
Terminando a remada com um belo entardecer e 52 km remados

Fim de remada

Gostaria de agradecer aos parceiros de remada Germano e Tiane pelo sempre agradável companheirismo e ao Roberto - pai da Tiane - pelo valoroso auxílio no transporte, sem o qual não seria possível a realização dessa remada. Muito obrigado!

Relatos e fotografias do Germano e da Tiane podem ser vistos nos seus blogs Caiaques & Tralhas e Se Minha Bici Falasse ao lado.

Informações fornecidas pelo gps:

Distância percorrida: 52,11 km;
Tempo de remada: 6 h 25 min;
Velocidade média: 8,1 km/h;
Velocidade máxima: 12,2 km/h;
Tempo parado: 1h 46 min;
Velocidade média geral: 6,4 km/h.

2 comments:

Jorge Luiz Padaratz said...

Caracas e Caracas! Muito legal esta remada destes 03 remadores aventureiros. Parabéns pelas belas imagens, pela persistência, pelo companheirismo e principalmente por compartinhar isto tudo....valeu!

Um abraço,

Padaratz

Evânder Run-up said...

Que beleza de aventura, remando em amizade, paz, harmonia com a natureza, respeitando o meio ambiente sem poluir nada e também vencendo uma grande distância apenas com a força do próprio corpo. Muito legal tudo! Parabéns pra vcs três, abração!!!!!!