Sunday, June 14, 2009

Pedalada Ubatuba - Paraty

Sexta-feira, 24 de abril de 2009. Nenhum resquício da pesada chuva que caíra no final do dia anterior pairava no céu absolutamente azul. Dia perfeito para o trajeto pretendido, Ubatuba-Paraty.

A primeira parada nesse lindo litoral – onde a mata atlântica muitas vezes chega a tocar as águas do oceano – foi o Saco da Ribeira, um porto naturalmente abrigado que serve de atracadouro para as escunas turísticas que costumeiramente visitam as ilhas Anchieta e das Couves.
Pouco adiante, por volta das dez horas da manhã, passamos pela Praia da Enseada e, logo em seguida, Ponta e Praia das Toninhas (onde havia surfistas) e praia Grande (com muitos banhistas).
Em Ubatuba paramos em um trapiche para observar a paisagem e tirar algumas fotografias. Passamos por uma praça onde havia um marco simbolizando a passagem pelo Trópico de Capricórnio.

No final da Baía de Ubatuba cruzamos o rio Grande e seguimos para Perequê-Açu, onde paramos em um restaurante não muito longe da foz do rio Indaiá. Entre as opções havia um curioso "feijão marinho"; almoçamos um delicioso e bem servido prato feito com feijão, arroz, farofa, peixe e salada. O proprietário nos disse que as grandes ondas da praia, onde inclusive havíamos visto surfistas, eram muito raras e ocasionadas por uma tempestade em alto mar.
Em frente ao restaurante fotografei o Recanto das Corujas e a praia. Quando estava retornando, vi nas proximidades o curiosamente original "Bar e Petiscaria Projeto Tomar", inspirado no Projeto Tamar (preservação das tartarugas marinhas).
Na praia Vermelha do Norte – a areia era realmente avermelhada! – encontramos novamente ondas fortes e alguns surfistas. No final da praia, mais uma das muitas subidas desse dia.
Pedalando pela Rio-Santos enxergávamos belas praias cujo acesso era somente por barco ou trilhas. Quanto litoral para conhecer!

Segundo as placas, a rodovia tinha a nova denominação de BR101. Na região de Ubatumirim ela se afastava um pouco da praia. Paramos em um local na estrada onde podíamos ter uma linda vista do encontro entre a Serra do Mar e o oceano. Clayton apelidou a paisagem de "fiordes do litoral".




Depois dos "fiordes" acabou a moleza! Passando por Picinguaba começamos uma longa subida rumo à divisa entre os estados de São Paulo e Rio de Janeiro. A estrada seguia em plena mata atlântica. Paramos em uma tenda bem em frente à Cachoeira da Escada (onde pudemos descansar, repor as energias tomando refrigerante e, claro, fotografar a cachoeira) e ficamos sabendo que estávamos a exatamente um quilômetro da divisa, bem no final da subida. Tomamos fôlego e seguimos até lá.


Segundo a placa, tínhamos ainda 23 quilômetros até Paraty. Felizmente seria um trajeto predominantemente favorável. Após as fotografias iniciamos a longa descida. Começava a escurecer...


Pedalamos noite adentro e chegamos na entrada de Paraty às seis e meia da noite. Considerando a época do ano, com escuridão total. Paramos em um centro de informações turísticas onde nos localizamos através de um mapa da cidade e escolhemos um hostel. Recebemos ótimas dicas de Vinícius, um legítimo representante carioca que viajava de motor home. Montamos nas bicicletas e pedalamos até a entrada do Centro Histórico de Paraty, onde não é permitido o trânsito de veículos automotores, para garantir a preservação do pavimento construído com grandes pedras – conhecido por "pé-de-moleque". Não conseguimos pedalar pelas pedras escorregadias e seguimos empurrando por algumas quadras até o Historic Centre Hostel, onde fomos recepcionados por uma italiana que falava espanhol; no albergue, cujo dono era inglês, novamente éramos os únicos brasileiros hóspedes.

Dados registrados no ciclocomputador:

Distância pedalada no dia: 88,11 km;
Distância pedalada na viagem: 355,17 km;
Odômetro: 10.591 km;
Tempo efetivamente pedalado no dia: 5 h 09 min 58 s;
Velocidade média da pedalada no dia: 17,1 km/h;
Velocidade máxima da pedalada no dia: 52,5 km/h.

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