Thursday, October 23, 2008

Rumo ao Chuí: Estreito a São José do Norte (pela praia!) - 21/10/08

Estreito.

Noite insone.
Após a mudança de acampamento fiquei mais tranqüilo e pude descansar, ainda que por pouco tempo. Por volta das 8 h 30 min já estava levantando para desmontar o acampamento e seguir viagem.
Acampamento depois de mudada a posição, mais abrigado da ventania da noite.
Seguindo para a praia.
Tive muito trabalho para empurrar a bicicleta e reboque pela areia fofa das dunas. Somente bem próximo do oceano pude começar a pedalar. Algumas aves perfilavam-se sob a ação do vento.
Aves no litoral.
Comecei a pedalar saudando o vento que, teoricamente, era favorável. O que pude perceber logo, porém, é que a fina areia das dunas era soprada em direção à água, acabando por depositar-se na área úmida, que normalmente é dura e, portanto, um bom piso para pedalar. Não seria um avanço fácil como eu esperava...
Farol Estreito.
Pouco adiante da passagem pelo farol Estreito vi um vulto meio encoberto pela areia fina e resolvi passar bem perto para ver o que era. Chegando mais perto, constatei que seria mais um cadáver de lobo marinho. Quando passei bem ao lado, entretanto, levei um susto quando o animal se mexeu e quase me mordeu! Parei a bicicleta e fui examiná-lo mais de perto. Ele estava visivelmente cansado e, quando eu tentava me aproximar, ele fazia menção de voltar para a água. Mantive distância e tirei algumas fotografias.
Lobo marinho.

Murchei um pouco mais os pneus já parcialmente desinflados, na esperança de facilitar o deslocamento pela areia fina e segui viagem, parando para registrar uma baleia - na verdade, parte da carcaça de uma baleia filhote (ainda assim bem maior do que o conjunto bicicleta-reboque).
Baleia morta.
Seguindo pelo litoral, mais morte e destruição do que animais vivos e saudáveis. Camarões, peixes e tartaruga marinha mortos.
Passei pelo esqueleto (na realidade, as cavernas já sem as tábuas do costado) de um navio encalhado na areia. Há dez anos havia passado pelo mesmo local, durante a Caminhada Barra do Chuí-Torres: 620 km de vento, areia e mar e na época a embarcação estava praticamente intacta.
Ao subir nos restos do barco, finalmente pude ver animais... e que animais! Não podia visualizar se eram uma ou duas baleias, mas pude identificar que tratava-se de uma baleia Franca, pelo comportamento e pelo forte jato oriundo da respiração, em formato de "V".
Enquanto observava a baleia, duas embarcações passaram, visivelmente a uma distância incompatível com sua atividade pesqueira... Por onde andará a fiscalização???
Já quase chegando em São José do Norte, fiz uma parada no bar Caramujo, onde não era apenas o ciclista que estava pedindo água...
Apesar do suor e cansaço para vencer a areia, decidi seguir até os molhes em vez de atalhar para a cidade.
Uma das muitas tartarugas marinhas mortas.

Chegando aos molhes, muito esforço para transpor a barreira de areia fofa...
... e descobrir que o acesso está interrompido para ampliação dos molhes.
Biguás.
Farol da Barra em São José do Norte, no caminho para a cidade.

Segui por um trajeto extremamente penoso contra o vento forte e estrada pavimentada muito irregular entre os molhes da barra e o centro da cidade de São José do Norte (16 km de muito cansaço).
São José do Norte, ou simplesmente Norte.
Distância pedalada no dia: 71,38 km;
Distância acumulada: 507,40 km;
Odômetro total: 8726,8 km;
Tempo pedalado no dia: 5 h 26 min 37 s;
Velocidade média pedalada no dia: 13,1 km/h;
Velocidade máxima atingida no dia: 22,5 km/h.