Acordei observei os arredores do acampamento na casa do Seu Toninho da Pacheca à luz do dia. Logo topei com um dos meus colegas de acampamento (acima). Verifiquei a bicicleta, suja de barro da véspera (abaixo).
Acampamento em Pacheca.
Preparei o café da manhã e guardei todas as tralhas de viagem nos alforjes e saco estanque. Deixei alguma comida que não levaria para a esposa do Seu Toninho, que se chama Antônio Silva Filho. Conversamos e fomos dar uma olhada na barranca do rio. Tiramos uma fotografia em frente à casa (inclusive com os cachorrinhos fazendo pose!) e anotei o endereço para enviá-la por correpondência. Seria o mínimo a fazer para retribuir a quem acolheu um estranho chegando de noite... Obrigado, Seu Toninho!
Seguindo meu caminho para Arambaré, passei pela vila de Pacheca e por vários trechos de areião - curtos, felizmente.
Quando passava ao lado de uma lagoa, observei que o azul do céu diminuía rapidamente...
Nesse dia de pedalada observei e pude fotografar várias aves, pequenas (acima)...
... e grandes...
Chegando em Arambaré, passei ao lado dos destroços de um navio encalhado bem longe do mar... (na verdade, uma espécie de pórtico em construção)
... e parei para descansar à sombra de uma grande figueira. Como não podia deixar de ser, tinha que existir uma lenda sobre a tal "Figueira da Paz":
Almocei no Restaurante Acquarius (excelente comida!) e fui à Praia do Calçadão.
Passei por uma ponte e por uma placa bem bacana...
... e parei perto de um trapiche para ver a laguna e fotografar os biguás empoleirados.
Na saída de Arambaré, uma placa alertava os motoristas. Ao lê-la, eu traduzia como sendo: "Atenção! Tenha paciência, você pedalará por longo trecho de areião! Velocidade máxima (se conseguir pedalar...): 6,0 km/h". (deve ter sido alucinação!)
A partir de Arambaré adotei a estratégia de dividir a distância restante (35 km) em intervalos (de 10 em 10%, ou 3,5 km), o que me ajudou a enfrentar o areião. Além disso, murchei um pouco os pneus. Também me distraía pensando em um manual cômico para o iniciante em cicloturismo por estradas de chão. Teria várias dicas:
Como que para compensar a cena da tartaruguinha atropelada no dia anterior, pude salvar uma tataruga que tentava atravessar...
... e grandes...
Chegando em Arambaré, passei ao lado dos destroços de um navio encalhado bem longe do mar... (na verdade, uma espécie de pórtico em construção)
... e parei para descansar à sombra de uma grande figueira. Como não podia deixar de ser, tinha que existir uma lenda sobre a tal "Figueira da Paz":
Almocei no Restaurante Acquarius (excelente comida!) e fui à Praia do Calçadão.
Passei por uma ponte e por uma placa bem bacana...
... e parei perto de um trapiche para ver a laguna e fotografar os biguás empoleirados.
Na saída de Arambaré, uma placa alertava os motoristas. Ao lê-la, eu traduzia como sendo: "Atenção! Tenha paciência, você pedalará por longo trecho de areião! Velocidade máxima (se conseguir pedalar...): 6,0 km/h". (deve ter sido alucinação!)
A partir de Arambaré adotei a estratégia de dividir a distância restante (35 km) em intervalos (de 10 em 10%, ou 3,5 km), o que me ajudou a enfrentar o areião. Além disso, murchei um pouco os pneus. Também me distraía pensando em um manual cômico para o iniciante em cicloturismo por estradas de chão. Teria várias dicas:
- "componentes de uma boa estrada para cicloturismo: areião, costeletas e areião com costeletas, também conhecido por Tudojunto";
- "em uma curva, o cicloturista pode optar pelo melhor trajeto: parte de fora - areião jogado para fora pelos carros e caminhões; parte de dentro - costeletas criadas pela passagem de carros e caminhões pelas poças d´água; parte do meio - os dois (Tudojunto)";
- "Lei Máxima da Estrada de Chão (uma evolução da famosa Lei de Murphy), também conhecida por Lei de Smurf: a estrada sempre piora!";
- "o que pode ser pior do que areião, costeletas ou Tudojunto? Tudojunto + subida";
- "o que pode ser pior do que Tudojunto + subida? Tudojunto + subida + vento contra!"
Como que para compensar a cena da tartaruguinha atropelada no dia anterior, pude salvar uma tataruga que tentava atravessar...
... e mais adiante vi outra tartaruga no seu ambiente natural.
Dividi a estrada com vários passarinhos, que avançavam à medida em que eu ia me aproximando...
... mas voaram para longe com a rápida aproximação de um carro. Nesse aspecto, a baixa velocidade da bicicleta é grandemente recompensada, pois os animais não costumam se assustar e podemos observá-los, o que não ocorre a bordo de um veículo automotor.
Dividi a estrada com vários passarinhos, que avançavam à medida em que eu ia me aproximando...
... mas voaram para longe com a rápida aproximação de um carro. Nesse aspecto, a baixa velocidade da bicicleta é grandemente recompensada, pois os animais não costumam se assustar e podemos observá-los, o que não ocorre a bordo de um veículo automotor.
Quase chegando em Tapes, tive oportunidade de ajudar outra tartaruga que atravessava a estrada...
... e ainda fui recompensado com um belo entardecer!
Acampei no Camping Pinvest e tive de voltar ao centro da cidade para comprar minha janta, pois não havia nem um simples mercado aberto nas proximidades. O único que havia fechara às seis horas da tarde (!). Levei um susto ao me olhar no espelho (acima) e concluí que precisava de um banho. Um bom banho quente... interrompido duas vezes pela queda do disjuntor! Ainda bem que consegui encontrá-lo, pois era o único cliente do camping!
... e ainda fui recompensado com um belo entardecer!
Acampei no Camping Pinvest e tive de voltar ao centro da cidade para comprar minha janta, pois não havia nem um simples mercado aberto nas proximidades. O único que havia fechara às seis horas da tarde (!). Levei um susto ao me olhar no espelho (acima) e concluí que precisava de um banho. Um bom banho quente... interrompido duas vezes pela queda do disjuntor! Ainda bem que consegui encontrá-lo, pois era o único cliente do camping!
Distância pedalada no dia: 104,33 km;
Distância acumulada: 757,17 km;
Odômetro total: 8098,1 km;
Tempo pedalado no dia: 6 h 46 min 54 s;
Velocidade média pedalada no dia: 15,3 km/h;
Velocidade máxima atingida no dia: 23,5 km/h.
Velocidade máxima atingida no dia: 23,5 km/h.
2 comments:
Interessante pensar sobre o manual do cicloturista off-road...
Não pude deixar de me lembrar de uma outra textura interessante: a argila! Vejamos algumas memórias em voz alta:
"(...) a estrada dali para a frente ficava podre, com poças gigantes de lama vermelhinha, com vários monstros destruidores de rodas e protetores de cárter escondidos lá no fundo, labirintos de valetas compridas acompanhando a estrada, e pontos perigosamente escorregadios, em declive. Fui seguindo assim, tomando muito cuidado para não beijar o solo pátrio, sofrendo bastante com as subidas horríveis e com o cansaço/preguiça/digestão trancada."
"(...) nos piores trechos, e como agora chovia, em duas descidas eu tive de sair da estrada para poder frear, já que a parte rodável da estrada na verdade estava rodopiável, de tão escorregadia. Percebi que é necessário andar nas partes onde o piso apresenta areia, que aí o pneu segura e dá pra controlar a bici. Nas partes que só têm argila, caso esta esteja molhada, a bicicleta se transforma num esqui. O que não impede, aliás, os motoqueiros de passarem a milhão, ignorando totalmente as leis da física, e ficando assim automaticamente imunes a qualquer tipo de queda. Malditos!"
"Como chovia naquele momento, tive de contar, já na parte alta da subida, que o pneu fosse cavocando o barro por onde ele passava, indo agarrar o chão firme alguns centímetros abaixo, mantendo a tração e permitindo vencer os degraus das valetas e sair de buracos embarrados. Coisa de louco."
Não saberia elaborar a nomenclatura correta para os crescentes níveis de impossibilidade no terreno argiloso, mas extrapolo a partir de uma situação que também já vivi:
O que pode ser pior do que barro escorregadio? Barro GRUDENTO embuchando no pneu...
O que pode ser pior do que ter as rodas trancadas pelo barro? Ter as rodas trancadas pelo barro NUMA SUBIDA!
O que pode ser definitivamente pior que tudo isso? Bater a roda dianteira no chão para tirar o barro e QUEBRAR O GUIDÃO!
Isso realmente me aconteceu (o guidão era de marca duvidosa), e portanto pode-se tirar a seguinte conclusão: há barros que vêm para o bem!
Parabéns pela viagem, só quem sofre sabe como é bom (claro, depois que acaba...)
Apenas passei para agradecer.Que bom ver Patos em suas fotos.Sou goiana e apaixonada por Tapes.
Uma palavra:Deliciaaaaa!!!!
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