Friday, November 28, 2008

Pedalada para Camboriú: São Francisco de Paula a Rondinha via Serra do Umbú - 11/11/08

Ao montar acampamento, na noite anterior, eu ficara um pouco apreensivo, afinal o lugar parecia bom demais para ser verdade: grama verdinha e aparada, local protegido do vento e dos olhos dos amigos do alheio, torneira bem ao lado, local com iluminação mas sem atrapalhar o sono, tempo friozinho...
Meu receio não se concretizou, pois não tive nenhuma visita durante a noite. Nem de curioso, nem de vigilante e nem de ladrão. Excelente! Acordei por volta das seis e meia da manhã com tempo nublado, mas sem chuva, apenas chuvisqueiro bem fino, esparso. Nem chegava a ser chuvisqueiro, mais uma garoazinha. Com toda a calma despontei acampamento, belisquei alguma coisa a título de café da manhã e reuni os volumes. Sem dificuldade, suspendi a bicicleta e subi a escada arrastando o reboque (foto acima). Abrindo um parêntese, essas fotos sempre dão algum trabalho, mas acabam ficando legais como ilustração. Fecho o parêntese.



Voltei a pedalar por volta das quinze para as oito, depois de tirar mais algumas fotografias do local. Segui passando pelo centro da cidade, onde parei para a fotografia em frente ao "cuião" de chimarrão. Era quase horário de início das aulas e virei assunto de muita gurizada indo para a escola.

Na saída de São Francisco de Paula, parada para a já tradicional fotografia em frente à placa-mapa.
Depois de São Francisco de Paula a estrada continua subindo e descendo coxilhas, rumo a Tainhas, onde há três caminhos: à esquerda, Caxias do Sul pela Rota do Sol; à direita, descida pela Serra do Pinto para o litoral (Terra de Areia e Curumim), também pela Rota do Sol - onde a Gringolândia desce em peso nos finais de semana de verão, se matando para ver quem chega antes; seguindo reto, Cambará do Sul e a bela região dos canyons. O meu roteiro, porém, incluía uma guinada para a direita antes de chegar nessa "trifurcação", deixando o asfalto para trás e seguindo pela Serra do Umbú. Seria um bom teste para o reboque!



Acima, a placa indicativa das distâncias a percorrer, deixando o asfalto para trás.
Os Campos de Cima da Serra...
... e "Plantação de Pinus de Cima da Serra"...

Abrindo o segundo parêntese desta postagem, quero comentar sobre o surgimento repentino de inúmeras placas ao lado da estrada indicando que "Queimada é Crime! Denuncie!" - sem entrar no mérito da questão, é interessante observar que essas placas surgiram justamente quando a cultura dos pinus começou a se alastrar pelas coxilhas dos Campos de Cima da Serra! Interessante, não? Aproveito para denunciar esse verdadeiro crime ambiental que é o cultivo dessa monocultura que está transformando negativamente a paisagem de toda a região. Aliás, muito mais do que somente a paisagem!!! Apenas comentando rapidamente: muitas famílias dependem somente dessa atividade, que se disseminou rapidamente pela região. O que será dessa região quando o solo (que é extremamente pobre ali) for exaurido e os "gafanhotos verdes" se mudarem definitivamente para a Metade Sul? Quem pagará pelo estrago nas rodovias causado pelo intenso movimento de caminhões carregando toras de pinus? Qual o custo ambiental dessa monocultura? Quem controlará o alastramento das sementes muito além das áreas de cultivo? Fecho o segundo parêntese.


Acima, duas fotografias do início do trajeto pela estrada de chão rumo à Serra do Umbú. A estrada para a Serra do Umbú começou razoavelmente transitável, mas passou a precária e "lamentável" logo adiante. O dia continuou bem instável, chuvisqueiro regular e chuva ocasional. Com estrada ruim e tempo feio, o jeito foi apreciar a paisagem passando (bem) lentamente. O vento, diagonal, nem chegou a ser uma variável significante.





Um bom teste para ciclista, bicicleta, reboque e estanqueidade dos alforjes e sacola!

Entre o acesso para Rincão dos Kroeff e a Serra do Umbú parei em um pequeno bar. Comida não havia, apesar da placa. Tomei um refrigerante e segui meu caminho. No início dos primeiros declives, ainda antes da descida de serra propriamente dita, o nevoeiro deu o ar de sua graça...


Havia um bar com restaurante na Serra do Umbú, atualmente fechado e completamente depredado. Havia até mesmo uma pequena área de lazer (abaixo), agora completamente tomada pelo capim...

Creio que o abandono é reflexo da nova Rota do Sol, asfaltada, que atraiu todo o movimento. De fato, não encontrei muitos veículos pelo caminho. A estrada está se transformando em um belo roteiro "agreste"!
Aproveitando o roteiro "agreste" para fazer o que não devia quando era piá: pedalar na lama e poças d´água!!!

Acima, verdadeiro início da descida da Serra do Umbú, retratada nas fotografias abaixo:




















A Serra do Umbú é realmente um lugar muito bonito, mesmo com tempo não muito favorável. Logo ali, depois de uma de suas muitas curvas, olhando para o outro lado, pode-se ver uma cachoeira no meio da mata. Uma mata de verdade, com muitas cores indicando diversidade. Nada do monótono e contínuo verde sempre igual de uma monocultura...

Adiante, depois de outras curvas, outra cascata, gigante, bem ao longe, de vez em quando encoberta pela neblina... Um belo ambiente para conhecer melhor!



Deixando o ar friozinho da serra para trás - e para cima! -, cheguei ao rio Maquiné, serpenteando por entre os morros. Olhando para os lados, mais cascatas...



A estrada melhorou sensivelmente e ficou mais suave, talvez conseqüência da mudança de composição do solo. A areia definitivamente chegava para ficar no meu roteiro. Em Barra do Ouro parei para almoçar, afinal já eram duas da tarde!
(repare que os copos de plástico - na foto acima - ficaram jogados - na foto abaixo!)


Na hora do almoço pude apreciar um pouco a hora do rush em Barra do Ouro...
Voltando para a estrada, tive que continuar pedalando abrigado até Maquiné, quando a chuva deu uma trégua. Chegando ao asfalto de acesso à BR 101, pude ter uma idéia do vento Nordestão que estava soprando no litoral!



Na BR 101 segui em direção a Morro Alto pelo acostamento, algumas vezes bem precário.

Na BR 101 é sempre hora do rush...
Chegando em Morro Alto, o pai me esperava. Preocupados com o vento forte, eles acharam melhor que eu ganhasse uma "carona" até Rondinha...

O pai, eu, a bici com o reboque e a Variant 75.
O reboque bem que poderia ganhar paralamas...
Chegamos em Rondinha pouco antes das seis da tarde, bem a tempo de ver o entardecer.



O pai e a mãe em Rondinha.
Distância pedalada no dia: 85,68 km;
Distância acumulada: 152,20 km;
Odômetro total: 9131,1 km;
Tempo pedalado no dia: 5 h 44 min 09 s;
Velocidade média pedalada no dia: 14,9 km/h;
Velocidade máxima atingida no dia: 37,5 km/h.

3 comments:

Helton Moraes said...

Mazá
Tá chamando no Photoshop já?
Belas fotos, Serra do Umbu é o canal!

Abraço

Valdo (Valdecir João Vieira) - Cicloturista said...

Oi Leo,
Muito doidas as suas fotos. Linda viagem. E a chuva?
Ainda vamos pedalar juntos..

Abraços

Valdo

Helton Moraes said...

Agora que o blog está sendo atualizado, mais um comentário.

Barra do Ouro é um lugar altamente recomendável para quem gosta de coisas "agrestes". Além dos becos-sem saída das estradas que acompanham os arroios Garapiá e Forqueta (entre outros), temos a Serra da Boa Vista, que conta com mais de vinte cotovelos (sendo os 10 superiores consecutivos) e belas vistas da Cachoeira do Escangalhado, que aparece tantas vezes nas tuas fotos...

Abraço!