Postei as duas imagens acima para refletir um pouco a respeito da influência do tempo (clima) quando estamos viajando de bicicleta (ou em outro meio que proporcione contato com o ambiente). Na primeira imagem, tempo bom, tudo é alegria: céu azul, sol, nuvens branquinhas flutuando ao redor, emoldurando a bela paisagem da serra ao fundo. Na segunda imagem, o domínio dos tons cinzentos, a falta de horizonte amplo, transmitindo uma sensação de desânimo... Muitas vezes passamos por um belo lugar sem percebermos, pois estamos influenciados pelo clima...Comecei a pedalar depois das dez e meia da manhã, passando por uma ciclofaixa bem interessante em Turvo.
De Turvo segui para Meleiro (acesso secundário para a cidade na fotografia acima) e de Meleiro para Forquilhinha.
A serra, pelo jeito, ainda envolta pela chuva...
Em Forquilhinha fiz parada para almoçar, com direito a buffet livre e refri geladinho.
Após o almoço, pedalei para Criciúma, onde fui obrigado a passar por dentro da cidade. Trânsito caótico, sinaleiras desreguladas (fechando uma após a outra...) e muita falta de educação. Que me desculpem as pessoas que moram naquela cidade, mas a impressão que tive foi a pior possível.
A partir de Criciúma comecei a pedalar por uma série de subidas e descidas - mais subidas do que descidas - e o tempo começou a fechar. As nuvens começaram lentamente a se avolumar e o azul do céu, sumir.
Passagem por Cocal do Sul.
Passagem por Urussanga.
Observando o mapa detalhado de Santa Catarina, que eu levava no porta-mapas da bolsa de guidom (aliás, continuando a política de exaltar o que é bom, excelente bolsa de guidom Ortlieb!), percebi que passaria por Rio Maior. "Que beleza! Deve ter uma descida até lá!" - pensei.
Ledo engano... Além de não ter descida, pois não passei por rio algum, ainda era no topo de uma grande subida...! (bem, o conceito de "grande" varia conforme o passar das horas em cima da bicicleta...)
Parei em uma banca de beira de estrada e tratei de repor as energias e o suor gastos, fazendo a maior besteira da pedalada: tomei um litro de suco de uva, concentrado!
Retornando à estrada, "apressei o passo", pois quando já enxergava Orleans ao longe, vi também um raio...! Como tenho verdadeiro pavor de raios - já pedalei por estrada passando por banhados e torres de alta tensão acompanhando a estrada, chovendo, com raios caindo por todos os lados... - o negócio foi "socar o sabugo", como diria o Alemão Luís de Porto Alegre!
Esbaforido, cansado e "molhado que nem pinto na chuva", cheguei em Orleans e fui procurar o abrigo de um posto de gasolina. O resultado do litro de suco de uva concentrado foi uma "baita" diarréia!!! Pobre vaso sanitário do posto de gasolina... Sucumbi à tentação e, mal parou a chuva, saí "de fininho" rumo a um hotel...
Distância acumulada: 348,03 km;
Odômetro total: 9327,0 km;
Tempo pedalado no dia: 4 h 51 min 22 s;
Velocidade média pedalada no dia: 19,1 km/h;
Velocidade máxima atingida no dia: 53,0 km/h.
2 comments:
Explicação de médico:
Horas pedalando = intestino relativamente parado para priorizar o consumo de energia nas pernas. Se for em trânsito pesado então, a ativação do sistema nervoso simpático faz com que o intestino praticamente pare...
Intestino parado = prato cheio para que bactérias fiquem ali remoendo, ruminando e fermentando o conteúdo da buchada... E se multiplicando!
Suco concentrado = prato cheio de açúcar para que as bactérias dêem a última fermentada final. Ainda por cima dilui o conteúdo do "bolo", já que suco não tem massa, é só água...
Acho que daqui em diante não precisa falar nada além da expressão auto-explicativa "mijar pela bunda"...
O termo clínico correto é "diarréia explosiva" (é sério!) e se caracteriza por sujar a tampa do vaso POR BAIXO!
Ainda bem que já te vi recuperado, senão quase ficaria preocupado com teu bem-estar, hehehe.
Parabéns pelas pedaladas... Tem que ter moral pra fazer tudo isso de bike...
Bjs e Boas Viagens!
www.expedicaoandandoporai.blogspot.com
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